O que é?


A JUVENTUDE FRANCISCANA – JUFRA é a fraternidade dos jovens que se sentem chamados pelo Espírito Santo para fazer a experiência da vida cristã à luz da mensagem de São Francisco de Assis, no seio da família franciscana.

Estes realizam a opção de viver a espiritualidade franciscana de maneira secular, como jovens em amadurecimento de sua vocação como parte da Ordem Franciscana Secular, da qual a JUFRA é uma parte integral.

“Nós, jovens jufristas, cremos no amor que é a essência da vida, que se exprime de maneira VERTICAL, no relacionamento com Deus, que colocamos acima de tudo, e de maneira HORIZONTAL, no relacionamento dos irmãos de modo especial com os empobrecidos e oprimidos. (1Jo 4, 20-21)” – Manifesto da JUFRA do BRASIL.

Assim, JUFRA é a divisão juvenil da Ordem Franciscana Secular, que surgiu em 1950 na Itália.

Ela se divide em três segmentos por faixa etária:

▪ Micro-Jufra – entre os 9 e os 12 anos;

▪ Mini-Jufra – entre os 12 e os 15 anos; e

▪ JUFRA (propriamente dita) – jovens entre 15 e 30 anos.

Tendo caráter secular, os integrantes da JUFRA (jufristas), não precisam viver em mosteiros, conventos ou claustros, pois, sua vocação é viver normalmente entre as outras pessoas (ou “no Século”) e, portanto, podem casar e ter filhos. Porém, devem procurar viver em obediência ao Evangelho, como o fez São Francisco de Assis.

Sua padroeira é Santa Rosa de Viterbo.


HISTÓRIA DA JUVENTUDE FRANCISCANA


A Ordem Franciscana Secular (OFS) sempre teve a preocupação de expandir seu carisma não somente entre os adultos, mas também entre os adolescentes e jovens.

O Papa Sixto V, franciscano da I Ordem, em novembro de 1585, em Assis, instituiu a arquiconfraria dos Cordígeros para adolescentes de 9 a 14 anos de idade. Cordígero é todo aquele que, por devoção, usa o cordão franciscano, costume dos que canonicamente professavam numa das três ordens fundadas por São Francisco de Assis. Os Cordígeros costumavam usá-lo, embora não pertencessem canonicamente a nenhuma destas ordens. Em 1922, Pio XI exortou as crianças a se fazerem Cordígeros e, desta escola, e a se prepararem para ingressar mais tarde na grande família da Ordem Franciscana Secular, vivendo a vida cristã à maneira do jovem Francisco de Assis.

Na época, os que desejavam ingressar nos Cordígeros, de ambos os sexos, assumiram o compromisso de serem apóstolos no ambiente familiar, colegial e social. O adolescente era levado a assumir compromissos sérios e a usar de meios que o ajudassem a ser fiel às tarefas do Cordígero. Na sua vida, tinha de assumir atitudes concretas que o distinguissem como franciscano, por isso era convidado a ser: alegre, simples, puro, forte, bondoso e generoso.

Através do movimento dos Cordígeros, as Ordens Primeira (OFM) e Terceira (OFS) visavam envolver os adolescentes e os jovens em uma vida evangélica mais compromissada, sobretudo nessa faixa etária tão bela e ao mesmo tempo importante e delicada. Desse modo profeticamente antecipava os desejos atuais da Igreja quando afirma: “Apresentar aos jovens o Cristo vivo, como único salvador, para que evangelizados, evangelizem e contribuam como em resposta de amor a Cristo, para a libertação integral do homem e da sociedade, lavando uma vida de comunhão e participação” (Puebla, 1166).

A OFS, com sua experiência com os Cordígeros, sentiu a necessidade de organizar e oferecer algo mais adequado aos adolescentes que iam crescendo no movimento e não podiam ingressar e professar a Ordem por causa da falta de idade canônica e, ao mesmo tempo, permanecer num movimento adolescente.

“Até 1950, na OFS, os jovens confundiam-se com os adultos no estilo e nas características de vivência no mistério da mesma vocação secular”. Homens e mulheres entravam na Ordem a partir dos 15 anos de idade e todos observavam o mesmo itinerário evangélico do carisma e pastoral da OFS.

Foi justamente a partir de 1950, no Congresso Internacional de Roma, que os jovens presentes manifestaram o desejo de se organizarem em grupo próprio, em harmonia e sintonia com a psicologia de sua idade, sua maneira de ser, sua aspirações e ao mesmo tempo que respondesse às exigências e às aspirações dos tempos.

Foi nesse ano que nasceu a JUVENTUDE FRANCISCANA – JUFRA no sentido jurídico. Já antes desse compromisso mundial, houve várias tentativas isoladas, experiências de alguns anos, porém não reconhecidas oficialmente. A partir do Congresso de Roma, a JUFRA foi recebendo organização no âmbito nacional de vários países como: Itália, Espanha, Suíça, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Venezuela e mais tarde também o Brasil.

Em pouco tempo, torna-se um movimento mundial distinto da OFS, na sua organização e dinâmica de conduzir a descoberta do carisma franciscano no meio dos jovens hoje.

Mais tarde surgiu a necessidade de incluir no Conselho Internacional da OFS (CIOFS) um representante da JUFRA para facilitar o relacionamento e não perder a perspectiva e os horizontes do carisma franciscano secular que, por via de regra, é essencial e vital para o andamento e caminhada do movimento e, sobretudo, dentro das novas experiências que a JUFRA estava fazendo.


A JUFRA NO BRASIL


As experiências mais antigas de uma JUFRA no Brasil situam-se na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul, lá pelos idos de 1946. Também em Petrópolis, Rio de Janeiro e Taubaté, Estado de São Paulo, foram feitas experiências que no passar do tempo desapareceram. Em 1954, em Belém do Pará, o Capuchinho Frei Alfredo Longhi organiza uma JUFRA que se torna conhecida em toda capital paraense pelo seu dinamismo e organização. Muitos jovens tornaram-se verdadeiros lideres da vida cristã franciscana, que ainda hoje são recordados com muita saudade e admiração. A JUFRA de Belém é uma das poucas que perseveraram até hoje através das gerações. Também na década dos anos cinquenta há conhecimento de uma JUFRA bastante florescente em Luzerna, no Estado de Santa Catarina.

O Capuchinho paranaense, Frei Eurico de Melo, depois de uma temporada de estudo em Roma, volta ao Brasil entusiasmado pelas experiências da JUFRA da Itália e começa aqui no Brasil uma experiência, com características próprias à realidade brasileira. Frei Eurico, depois de um longo trabalho de preparação, em outubro de 1967 inicia oficialmente com um grupo de Ponta Grossa, na paróquia capuchinha do Bom Jesus e o denomina “JUFRA – Paz e Bem”. No ano seguinte, surgiu um novo núcleo na paróquia de São Cristóvão, também em Ponta Grossa, Paraná.

Na reunião anual do Conselho Nacional da OFS que aconteceu em janeiro de 1971 em Recife – PE esteve presente por meio de convite a jufrista Ivone Berszoz, de Ponta Grossa. Lá também estava o Ministro Geral dos Capuchinhos, Frei Pascoal Riwalski, que, ao ouvir com admiração o depoimento de experiência positiva de Ponta Grossa, pediu que se organizasse melhor e fosse estendida por todo o Brasil. A jovem Ivone, nesta reunião, foi nomeada Presidente Nacional da JUFRA do Brasil, voltando a Ponta Grossa com o encargo de organizar uma Equipe Nacional provisória para desenvolver um trabalho de expansão para todo o país.

A essa altura, o interesse da OFS pela JUFRA começou a fazer-se sentir; por isso, deu um grande apoio a esse primeiro grupo de Ponta Grossa e pediu que todos os regionais do Brasil fossem visitados com o intuito de tornar a JUFRA uma realidade com organização nacional.

Ivone juntamente com Frei Eurico e os jovens de Ponta Grossa começaram a organizar e planejar a implantação da JUFRA em âmbito nacional. A primeira preocupação da Equipe Nacional Provisória foi redigir um DOCUMENTO BÁSICO que lhe daria um direcionamento para uma JUFRA unificada no Brasil. A segunda preocupação foi a Formação dos futuros jufristas. De fato foi traçado um plano de formação que abrangeria três etapas: TBJ (Treinamento Básico da Jufra), TIF (Treinamento de Iniciação Franciscana) e o TRF (Treinamento de Renovação Franciscana). Cada uma destas etapas com seu tirocínio de aprofundamento. Feito esse trabalho, logo foi divulgado, enviado a todos os regionais de OFS e aos núcleos de JUFRA já existentes.

Em seguida, Frei Eurico e alguns jufristas percorreram o Brasil, dando treinamentos a jovens e Assistentes nos diversos Regionais, visando preparar formadores locais, elementos idôneos para uma formação sólida e segura aos futuros jufristas do Brasil.

A experiência foi válida porque serviu para conhecer as outras realidades culturais do Brasil, colhendo pareceres e opiniões dos outros, os quais serviram de enriquecimento aos planos de formação que devem levar em conta justamente as realidades culturais de cada região.

A JUFRA DO BRASIL começou a tornar-se realidade e a criar corpo, crescendo e expandindo-se em cada Fraternidade Regional da OFS. De fato em fevereiro de 1972, em um Congresso Nacional para Assistentes e Dirigentes Regionais da JUFRA e OFS, estiveram dez Regionais. Somente o Maranhão-Pará esteve ausente.

Tudo isso deu um grande impulso à organização e expansão da JUFRA no Brasil. A partir daí, a JUFRA começou a organizar-se melhor em cada Regional, aumentando sempre mais o número de jovens que simpatizavam com o carisma de Francisco de Assis.

Cada Regional começou a ter o seu Secretariado Executivo, com seus Assistentes independentes da organização da OFS, isso devido à dinâmica e ao conteúdo de formação da própria JUFRA.


 O QUE É A JUFRA


Segundo o Estatuto da JUFRA DO BRASIL, ela é uma associação civil com caráter e objetivos dentro exclusivamente dos campos Religioso, Educacional e Social.

A JUFRA é uma obra pastoral voltada para a Juventude. Entretanto, enquanto obra pastoral, ela é específica. Dizemos pastoral específica porque esta obra está vinculada a um certo carisma que é o carisma franciscano secular.

Societariamente, a JUFRA se organiza em Fraternidades e cada uma dessas fraternidades se constitui numa porta por onde os adolescentes e jovens ingressam na Família Franciscana Secular. Ao mesmo tempo, cada fraternidade é, também, o lugar onde acontecem as vivências educacionais daquilo que é orientado e determinado pelas Diretrizes de Formação da JUFRA do Brasil.

A JUFRA institucionalmente é OFS, contudo, enquanto obra pastoral, a JUFRA goza de autonomia no que diz respeito ao seu gerenciamento. Isto quer dizer que ela tem liberdade absoluta para escolher todos os seus gestores, definir as suas metas, as suas estratégias, etc.

A JUFRA quis ser e continua sendo um Movimento de Renovação dentro do franciscanismo, no sentido de ser uma instituição voltada para a conquista dos jovens, dos adolescentes e das crianças, com proposta vocacional específica para o franciscanismo secular, o que implica no fato de se constituir em importante porta de ingresso para a OFS. Mas, também dizemos de renovação por causa de sua especialização no trabalho com as referidas faixas etárias, que veio a somar na Família Franciscana um importante instrumento, adequado às exigências do perfil psicológico da sociedade atual que centra seus valores na imagem do jovem – embora com finalidade muitas vezes escusas.


A JUFRA NAS CONSTITUIÇÕES GERAIS DA OFS (CCGG, Artigo 96)


1- A O.F.S., por força de sua própria vocação, deve estar disposta a comunicar a sua experiência de vida evangélica aos jovens que se sentem atraídos por São Francisco de Assis e a procurar os modos adequados para apresenta-la.

2 – A Juventude Franciscana (JUFRA), como é entendida nestas Constituições e pela qual a O.F.S. se considera particularmente responsável, é formadas por aqueles jovens que se sentem chamados pelo Espírito Santo para fazer, em Fraternidade, a experiência da vida cristã, à luz da mensagem de São Francisco de Assis, aprofundando a própria vocação no âmbito da Ordem Franciscana Secular.

3 – Os membros da Juventude Franciscana considerem a Regra da O.F.S. como documento de inspiração para o crescimento de sua vocação cristã e franciscana, tanto individualmente como em grupo. Depois de um conveniente período de formação, ao menos de um ano, confirmem esta opção com um compromisso pessoal diante de Deus e na presença dos irmãos.

4 – Os membros da JUFRA que desejam emitir a Profissão na O.F.S. atenham-se a quanto está previsto na Regra, nas Constituições e no Ritual da O.F.S.

5 – A JUFRA tem organização específica, e métodos de formação e pedagógicos adequados às necessidades do mundo juvenil, segundo as realidades existentes nos diversos países. O Estatuto Nacional da JUFRA deve ser aprovado pelo respectivo Conselho Nacional da O.F.S. ou, na sua falta, pelo Presidência do C.I.O.F.S.

6 – A JUFRA, como componente da Família Franciscana, solicita aos responsáveis seculares e aos Superiores religiosos competentes, respectivamente, animação fraterna e assistência espiritual.

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