Quarta-feira que passou, dia 9 de agosto, escutei a leitura na missa dois textos que desde então eu venho refletindo, pois falam de diferenças e persistência. Creio que precisamos de muita persistência no mundo que vivemos e precisamos mais ainda conviver com sabedoria com as diferenças.
A 1ª Leitura – Nm 13,1-2.25-14,1.26-29 trazia uma terra com muitas riquezas que foi desprezada por ter gigantes e a 2ª - Mt 15,21-28 trago na reflexão de Frei Almir Ribeiro Guimarães abaixo:
Normalmente falando, teimosia é defeito: uma criança que teima fazer o que está proibida de fazer, um doente que teima não tomar um remédio, um pai que teima em não ver a realidade que o filho está vivendo… Teimosia é sinal de falta de inteligência, incapacidade de ver as coisas como elas são, medo de enfrentar os desafios daquilo que se apresenta como diferente. A teimosia, no entanto, se torna virtude quando significa perseverança e garra em se conseguir o que se deseja ou o que nos é pedido alcançar.
Ouvimos, na liturgia da Missa, um dos mais tocantes episódios envolvendo a pessoa de Jesus. Ele é um mestre andarilho. Vai se tornando conhecido de modo particular pela maneira como fala e também por seus poderes taumatúrgicos. Os doentes e os necessitados buscam-no para se verem livres de seus sofrimentos e terem satisfeitas suas necessidades.
Mateus faz questão de dizer que Jesus viera, antes de tudo, “para as ovelhas perdidas da casa de Israel”. O trecho evangélico, hoje proclamado, relata um episódio que se deu na região de Tiro e Sidônia. A cena é descrita entre uma Cananeia e Jesus, uma estrangeira e um judeu.
Ela chega e diz: “Jesus, filho de Davi, tenho um aperto no fundo do coração. Sou estrangeira, bem o sei, mas sofro muito e venho suplicar tua ajuda. Minha filha está sendo cruelmente atormentada pelo demônio. Não suporto mais”.
O evangelista simplesmente constata: Jesus fica calado, não responde nada. O grupo continua sua caminhada. A mulher, no entanto, teimosamente, corre atrás deles. Os discípulos, os “seguranças” de Jesus, não tomam a iniciativa de despachar a mulher, mas exprimem seu desagrado ao Mestre: “Manda embora essa mulher que vem gritando atrás de nós. Será que ela ainda não entendeu que tu vieste para as ovelhas da casa de Israel?”
A mulher insiste. Jesus afirma que não veio para os de fora, veio para as ovelhas da casa de Israel, ela se prostra e deixa sair de sua garganta um pedido-gemido: “Socorre-me!”. Ela não respeita as determinações da “entourage” de Jesus. Exprime sua confiança. Jesus responde ao seu gesto: “Não fica bem tirar o pão dos filhos e jogá-los para os cachorrinhos”. E a mulher responde: “Sim, entendo, compreendo. Não discuto. Lembro, no entanto, que os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Uma impotente e sofredora mulher que sou espero humildemente migalhas de bondade”.
Belíssimo e tocante o desfecho: “Mulher, grande é a tua fé. Seja feito como tu queres!”
Devido à sua teimosa insistência e sua vigorosa confiança a mulher conseguiu o que queria: “E desde aquele momento sua filha ficou curada”.
Eis a história de uma mulher insistentemente teimosa.
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