Jornada Franciscana Nacional pelos Direitos Humanos

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MENSAGEM DO SECRETÁRIO FRATERNO NACIONAL

“Queremos debater, articular e desenvolver trabalhos onde se faça ecoar nossa voz para denunciar todas as formas de opressão e injustiça, e participar das lutas para a construção de uma nova sociedade, a Civilização do Amor, baseada na prática da Justiça Social e da promoção da Paz.”

(Carta de Guaratinguetá: A JUFRA que queremos ser!)

Caros Irmãos e Irmãs da JUFRA do Brasil,

Paz e Bem!

Abrimos o mês de Dezembro, último do ano e mês do nascimento de Jesus com a Jornada Franciscana Nacional pelos Direitos Humanos, uma segunda edição de um projeto da Subsecretaria Nacional de DHJUPIC que deu muito certo no ano passado. Houve uma mobilização em que grande parte das Fraternidades Locais aceitaram a missão e arregaçando as mangas se colocaram a serviço de Deus nas diversas realidades onde se faziam presentes. Com quantos frutos bonitos fomos agraciados!

Esse ano a Jornada tem o enfoque um pouco mais direcionado e ainda mais franciscano; a proposta desse ano é que as Fraternidades trabalhem dentro do período proposto (de 01 a 10 de dezembro) a temática da Campanha da Fraternidade 2011, que tem como tema: “Fraternidade e Vida no Planeta”.

De modo geral, nossa 2ª Jornada tem a função de lembrar a todas as Fraternidades desse imenso país que a Campanha da Fraternidade não é um grito que a Igreja dá durante a Quaresma e que se cala após o Domingo de Páscoa, mas que são temáticas que devem ser trabalhadas durante o ano todo e que devem promover uma conscientização, uma mudança de atitude da Igreja e da Sociedade a partir do tema celebrado, e também desafiar a todas as Fraternidades a se moverem diante da situação e da realidade onde estamos inseridos.

Não somos um “grupinho de sala de reuniões”, somos Fraternidades franciscanas, vivas, jovens e chamadas à missão, à evangelização e à transformação a partir de “atitudes corajosas”, então nesse período convocamos todos os jufristas, a, de maneira prática, fazerem essas temáticas serem pensadas e trabalhadas, onde estamos, de norte a sul do país, vamos ser agentes na defesa e proteção da Terra, nossa Mãe e Irmã, que “geme em dores de parto”.

Portanto, pensem e organizem as ações de maneira prática, vivenciem de maneira profunda, registrem e enviem as notícias ao Secretariado, para que sejam postadas nos sites e blogs nacionais e regionais, e assim partilharmos as ações da nossa Jornada.

Ainda na alegria da celebração dos 40 anos da JUFRA do Brasil e na esperança de uma frutuosa Jornada Nacional, com meu fraterno e carinhoso abraço,

Alex Sandro Bastos Ferreira, OFS/JUFRA

Secretário Fraterno Nacional da JUFRA do Brasil

JUFRA DO BRASIL NA LUTA PELOS DIREITOS HUMANOS

A Juventude Franciscana (JUFRA) do Brasil é um movimento organizado em grupos de jovens inseridos no contexto sócio-eclesial de comunidades e bairros de todas as regiões do Brasil. Para tanto, a JUFRA constitui-se juridicamente em associação civil de direito privado, de caráter e objetivos sociais, educacionais e religiosos, sem fins lucrativos e político-partidários.

A JUFRA do Brasil organiza-se em grupos locais, chamados “Fraternidades”, como núcleo básico de vivência e atuação, com jovens de 15 a 30 anos. Atualmente são cerca de 3.000 jovens, atuando em 150 Fraternidades locais, sendo que 70% localizados no Norte-Nordeste, e agregados em 18 Regionais, correspondendo a 22 estados da Federação (MA, CE, PI, RN, PB, PE, AL, SE, BA, RJ, ES, MG, SP, PR, SC, RS, MT, MS, DF, GO, PA e AM).

A coordenação da JUFRA, nos âmbitos local, regional e nacional, é exercida por um Secretariado, que reúne as funções básicas de: Secretário (coordenador geral); Formação; Finanças; Comunicação Social, Escrituração e Arquivo; Ação Evangelizadora; Direitos Humanos, Justiça, Paz e Integridade da Criação; Infância, Micro e Mini-Franciscanos; Animação Fraterna; e Assistência Espiritual.

Na atuação sócio-educacional, concentra seus esforços no desenvolvimento de atividades formativas e informativas, como a realização de Encontros, Congressos, Simpósios, Cursos e Oficinas, em âmbito Local, Regional e Nacional, com ênfase na formação humana, social e cidadã. Neste sentido, as Fraternidades locais atuam no desenvolvimento de projetos sociais com temáticas diversificadas, como a promoção e defesa dos direitos humanos, com especial atenção à criança, ao/à adolescente, à juventude, à conscientização ambiental e saúde coletiva. Estas atividades contam com parceria de outras entidades, organizações e movimentos juvenis e/ou mistos.

A JUFRA articula-se com entidades e grupos da sociedade civil organizada que comungam da defesa e promoção dos Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais, contribuindo com o fortalecimento do trabalho dos movimentos sociais. Por isso, é signatária de Documentos como: Carta Compromisso sobre Políticas Sociais (2010), Manifesto contra Mudanças no Código Florestal (2011), Nota de Apoio à Retirada das Tropas Brasileiras do Haiti (2011) e Carta à Presidenta sobre Indicação para o STF: Direitos Humanos, Gênero e Transparência como Critérios da Política de Justiça (2011).

Articula-se ainda com o Grito dos/as Excluídos/as Nacional e Continental, Assembleia Popular, Rede Jubileu Sul-Brasil, Movimento em Defesa dos Direitos Sociais, Serviço Inter-Franciscano de Justiça, Paz e Ecologia (SINFRAJUPE) e 5ª Semana Social Brasileira (promovida pelo Setor Pastoral Social-CNBB), além da presença no lançamento de relatórios como “Direitos Humanos no Brasil-2010” e “Violência contra os Povos Indígenas no Brasil-2010”.

Nesse mesmo âmbito, a atividade de maior relevância e repercussão foi a realização descentralizada da 1ª Jornada Franciscana Nacional pelos Direitos Humanos, em 2010. Durante os dias 01 e 10 de dezembro, Dia Universal dos Direitos Humanos, as Fraternidades locais realizaram atividades sócio-educacionais, interna e externamente, trazendo à tona a temática da Campanha da Fraternidade do referido ano, retomando a discussão e atuação na área específica. Com a frutuosa realização da 1ª Jornada em nove estados da Federação, além da repercussão obtida na mídia, inclusive nos sites da CNBB e Rádio Vaticana, decidiu-se pela continuidade da Jornada, a ser realizada anualmente.

Um desafio permanente é a articulação entre jovens das Fraternidades locais e regionais numa atuação sócio-política conjunta e permanente destas, a partir da articulação em nível nacional que construa uma rede de formação e informação de multiplicação, através da troca de experiências, integração e conhecimento entre as diferentes realidades do Brasil, de forma a construir uma linguagem universal, mas que respeite as realidades regionais e locais.

O BRASIL E O MUNDO: SOCIAL, ECONÔMICO E AMBIENTAL


O Brasil está passando por grandes intervenções para as Olimpíadas-2016 e a Copa do Mundo-2014 e, antes disso, sediará de 4 a 6 de junho de 2012, no Rio de Janeiro-RJ, a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que tratará basicamente sobre dois temas: uma economia verde e o enquadramento institucional no contexto do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza.

Porém, segundo informações do Relatório “Direitos Humanos no Brasil-2010”, da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, cresce o número de conflitos sócio-ambientais com a implantação de grandes projetos infra-estruturais ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a interesses econômicos regionais e locais, reforçando a concentração da riqueza nas mãos de grandes corporações transnacionais, gerando o aumento da pobreza para a maioria dos trabalhadores/as e a violação permanente dos Direitos Humanos.

Neste processo, afirma o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que os recursos naturais passam a ser controlados pelas grandes empresas, que utilizam as terras (para produção, principalmente, de agrocombustíveis, celulose e alimentos), a água (rios, para construção de hidrelétricas), os minérios e a biodiversidade (especialmente, as sementes) e a energia, reproduzindo um modo de exploração do meio ambiente e do trabalho humano.

Portanto, o desafio é o aprofundamento crítico sobre o tema da Economia Verde, na perspectiva da Justiça Sócio-Ambiental, a ser feita por organizações da sociedade civil e movimentos sociais, pastorais e populares de todo o Brasil e do mundo, num processo que culmine na realização do evento autônomo e plural, denominado “Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental”, paralelo à Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável.

Em contraponto aos sistemas econômicos, faz-se necessário a incorporação de princípios, valores e instrumentos que assegurem a justiça e equidade social e a sustentabilidade e integridade ambiental, pois há o risco de transformação da pauta do desenvolvimento sustentável em uma etapa de reinvenção do sistema econômico dominante, que aposta apenas nas oportunidades de mercado e agrava as causas estruturais da degradação ambiental e das desigualdades sociais, há também a emergência de um novo paradigma.

Destaca-se o papel dos diversos grupos da sociedade civil e dos povos do planeta, suas lutas por direitos e por justiça sócio-ambiental, fortalecendo dinâmicas de cooperação, organização plural, unidade e integração nas diversidades da sociedade civil.

JUFRA DO BRASIL EM JORNADA

É importante e desafiador para um movimento com dimensões nacionais, como a JUFRA do Brasil, criar momentos onde os/as jovens e suas comunidades possam discutir as realidades locais, regionais, nacionais e internacionais, e como transformá-las. Dessa forma, a Jornada surge como uma estratégia para capacitar as Fraternidades locais da JUFRA a fim de que se construa em conjunto e de forma articulada um processo formativo que venha fortalecer e articular outros jovens e outros grupos como agentes de transformação social.

Atualmente, a JUFRA do Brasil tem grupos locais inseridos nos grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador, mas com uma presença maior em municípios do interior do Nordeste do Brasil, onde a violência e o extermínio de jovens é fortemente presente. Por exemplo, a Paraíba, estado que atualmente se encontra no topo do ranking de assassinatos de jovens negros (Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil), conta com a presença de 11 Fraternidades locais, em cidades diferentes. Esses/as jovens das Fraternidades estão inseridos em pastorais, como a da Juventude, da Terra, Carcerária, Social, etc. Como também em movimentos sociais e populares, ONGs, Centros de Direitos Humanos, Conselhos e Conferências de Políticas Públicas, Centros Acadêmicos, economia popular solidária, dentre outros.

A realização da 2ª Jornada Franciscana Nacional pelos Direitos Humanos surge a partir dessa realidade que as Fraternidades locais da JUFRA estão inseridas, onde os/as jovens apresentam como grande desafio para seus trabalhos a necessidade de capacitar lideranças, de expandir sua ação de trabalho e especialmente de fortalecer o protagonismo da juventude.

Para tanto, nossa Jornada em 2011 tratará do Tema: “Juventude e Justiça Sócio-Ambiental” e o Lema: “Quanto vale esse progre$$o?”.

Com o Objetivo Geral:

“Proporcionar a construção de estratégias de atuação, a partir dos desafios da realidade local, a fim de capacitar lideranças juvenis, estimulando o potencial criativo e multiplicador, visando provocar mudanças na realidade das comunidades locais, na perspectiva da Justiça Sócio-Ambiental”.

E com os Objetivos Específicos:

1) Contribuir para a informação dos/as jovens sobre as causas e conseqüências do aquecimento global e das mudanças climáticas;

2) Promover a articulação entre realidade sócio-ambiental local e global, visando o empoderamento juvenil para uma ação ética, social e política permanente e articulada;

3) Possibilitar o debate e a participação das Fraternidades locais nos processos da Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável-2012 e da Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental”;

Sempre envolvendo e tratando as questões referentes ao tema e lema nacionais, as atividades da Jornada serão preparadas de acordo com a realidade do lugar que a Fraternidade local está inserida, mas sem fechar-se em exclusivo ao seu lugar social.

QUANTO VALE ESSE PROGRE$$O? – POR JUSTIÇA SÓCIO-AMBIENTAL!

> JUSTIÇA SOCIAL - JUSTIÇA ECOLÓGICA

os muitos problemas que assolam a humanidade, dois são de especial gravidade: a injustiça social e a injustiça ecológica. Ambos devem ser enfrentados conjuntamente se quisermos pôr em rota segura a humanidade e o planeta Terra.

A injustiça social é coisa antiga, derivada do modelo econômico que, além de depredar a natureza, gera mais pobreza que pode gerenciar e superar. Ele implica grande acúmulo de bens e serviços de um lado à custa de clamorosa pobreza e miséria de outro. Os dados falam por si: há um bilhão de pessoas que vivem no limite da sobrevivência com apenas um dólar ao dia. E há 2,6 bilhões (40% da humanidade) que vive com menos de dois dólares diários. As consequências são perversas. Basta citar um fato: contam-se entre 350-500 milhões de casos de malária com um milhão de vítimas anuais, evitáveis.

Essa anti-realidade foi por muito tempo mantida invisível para ocultar o fracasso do modelo econômico capitalista feito para criar riqueza para poucos e não bem-estar para a humanidade.

João ZinclarA segunda injustiça, a ecológica está ligada à primeira. A devastação da natureza e o atual aquecimento global afetam todos os países, não respeitando os limites nacionais nem os níveis de riqueza ou de pobreza. Logicamente, os ricos têm mais condições de adaptar-se e mitigar os efeitos danosos das mudanças climáticas. Face aos eventos extremos, possuem refrigeradores ou aquecedores e podem criar defesas contra inundações que assolam regiões inteiras. Mas os pobres não têm como se defender. Sofrem os danos de um problema que não criaram. Fred Pierce, autor de "O terremoto populacional" escreveu no New Scientist de novembro de 2009: "os 500 milhões dos mais ricos (7% da população mundial) respondem por 50% das emissões de gases produtores de aquecimento, enquanto 50% dos pais mais pobres (3,4 bilhões da população) são responsáveis por apenas 7% das emissões".

Esta injustiça ecológica dificilmente pode ser tornada invisível como a outra, porque os sinais estão em todas as partes, nem pode ser resolvida só pelos ricos, pois ela é global e atinge também a eles. A solução deve nascer da colaboração de todos, de forma diferenciada: os ricos, por serem mais responsáveis no passado e no presente, devem contribuir muito mais com investimentos e com a transferência de tecnologias e os pobres têm o direito a um desenvolvimento ecologicamente sustentável, que os tire da miséria.

Seguramente, não podemos negligenciar soluções técnicas. Mas sozinhas são insuficientes, pois a solução global remete a uma questão prévia: ao paradigma de sociedade que se reflete na dificuldade de mudar estilos de vida e hábitos de consumo. Precisamos da solidariedade universal, da responsabilidade coletiva e do cuidado por tudo o que vive e existe (não somos os únicos a viver neste planeta nem a usar a biosfera). É fundamental a consciência da interdependência entre todos e da unidade Terra e humanidade. Pode-se pedir às gerações atuais que se rejam por tais valores se nunca antes foram vividos globalmente? Como operar essa mudança que deve ser urgente e rápida?

Talvez somente após uma grande catástrofe que afligiria milhões e milhões de pessoas poder-se-ia contar com esta radical mudança, até por instinto de sobrevivência. A metáfora que me ocorre é esta: nosso país é invadido e ameaçado de destruição por alguma força externa. Diante desta iminência, todos se uniriam, para além das diferenças. Como numa economia de guerra, todos se mostrariam cooperativos e solidários, aceitariam renúncias e sacrifícios a fim de salvar a pátria e a vida. Hoje a pátria é a vida e a Terra ameaçadas. Temos que fazer tudo para salvá-las.

Leonardo Boff – Petrópolis-RJ

Teólogo e Escritor

> MUDANÇAS CLIMÁTICAS: CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS

“Quando o sol

Se derramar em toda sua essência

Desafiando o poder da ciência

Pra combater o mal

E o mar com suas águas bravias

Levar consigo o pó dos nossos dias

Vai ser um bom sinal

Os palácios vão desabar

Sob a força de um temporal

E os ventos vão sufocar

O barulho infernal

Os homens vão se rebelar

Dessa farsa descomunal

Vai voltar tudo ao seu lugar,

Afinal. (...)”

(Forças da Natureza - João Nogueira e Paulo César Pinheiro)

Segundo ecologistas e cientistas, são inúmeros os fatores que contribuem com as mudanças climáticas: o efeito estufa, buraco na camada de ozônio, poluição atmosférica. Os quais ocorrem devido à falta de respeito com o meio ambiente, pois quando falamos da importância da preservação da natureza, da perigosa poluição que as grandes indústrias provocam, muitos acreditam que é especulação de ambientalista fanático.

Com a intensificação do processo de industrialização nos países desenvolvidos e nos países emergentes, houve o aumento significativo do consumo de combustíveis fósseis não renováveis: carvão mineral, petróleo e gás natural. A utilização destes combustíveis, desordenadamente, propiciam elevados índices de poluição atmosférica. Logo, são os grandes responsáveis pelo efeito estufa e aquecimento global.

Os governantes têm que buscar alternativas práticas para reduzir o impacto da poluição no planeta. Já houve várias reuniões com representantes de países desenvolvidos e os paises emergentes. Porém o principal emissor, EUA, não aceitou algumas propostas que ajudaria na redução de gases poluentes, defendendo o discurso neoliberal do desenvolvimento econômico.


A natureza, na concepção franciscana, é obra da criação de Deus, portanto tem que ser cuidada e conservada, com o mesmo amor fraterno que temos com os nossos irmãos. Nesse sentido, é um grande desafio franciscano ajudar na conscientização da importância da preservação do meio ambiente para a sobrevivência humana. Pois, com a diminuição da poluição ambiental evitaria a perigosa mudança climática no Planeta Terra, de modo que reduziria as catástrofes naturais ocorridas em vários países.

Gésus de Almeida Trindade – Jequié-BA

JUFRA Regional Nordeste B4 (Bahia Sul)

> IRMÃ ÁGUA: DOM DE DEUS, DIREITO DE TODOS

Desde a criação até à atualidade, os seres de Deus e a nossa irmã água promoveram uma relação de conseqüência e dependência. Observarmos que regiões onde a água foi, ou é, abundante, se transformaram em berçários do mundo, onde a biodiversidade e a vida nos provam a beleza e a grandeza de Deus. Sabemos que o mundo é constituído, em sua maior parte, de água. Este mesmo fluido, que nós temos em nossa constituição física, em proporção considerável, passa hoje a ser mais do que uma preocupação temática, é um produto explorado pela “publicidade do reaproveitamento”. Não devemos também pensar que o problema será resolvido por si só, que a natureza se reinventará... Não! Nós como franciscanos, promotores da paz e da Boa Nova de Cristo, devemos sempre lembrar que somos promotores da vida e da caridade.

Um dos maiores problemas que enfrentamos em relação à água, é a sua escassez, que já afeta o Oriente Médio, a China, a Índia e o norte da África. Até o ano 2050, as previsões são sombrias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 50 países enfrentarão crise no abastecimento de água. Além disso, por causa da poluição do meio ambiente, a falta de conscientização e o desperdício fazem com que a população enfrente catástrofes como as chuvas intensas na região serrana do Rio de Janeiro.

Inúmeras campanhas vêm sendo desenvolvidas por muitas organizações e movimentos para conscientizar a população sobre um uso mais racional da água. Como exemplo, podemos citar a preocupação da Igreja que lançou, na Campanha da Fraternidade de 2004, o tema: “Água, Fonte de Vida”, levando-nos a meditar sobre a importância da água em nossas vidas, como fonte de vida, fonte econômica, fonte de alimentos, fonte de desenvolvimento e fonte de justiça social.

Além disso, a água assume na vida cristã um simbolismo muito forte. O batismo com água firma nosso compromisso com a missão de Jesus que, desde o batismo até à morte na cruz, deu sua vida em resgate por muitos. E nós, somos batizados com água, para então sermos batizados pelo Espírito Santo. E ainda, é com ela que Jesus lava os pés de seus discípulos, simbolizando a purificação e quando ensina sobre a caridade, reconhece como obra de amor um copo de água (Mt 10,42). Quando p rega, convida os sedentos para beber sua água eterna (Jo 4,14). Ou seja, ela é símbolo da união do divino com o humano, é sinal da graça e do amor que jorram de Deus.

Portanto, a água é mais do que necessidade, é sinal de dignidade do povo. Se queremos lutar por uma economia estável, pelo direito à educação, à saúde, à comida, devemos garantir a todos os povos o direito à água limpa, pura, santa. Não nos surpreendamos se futuramente os povos travarem guerras por ela, que nós brasileiros sejamos alvo de cobiça e especulações, mas como franciscanos sejamos fraternos, cuidando desse bem que pertence a todos, que é de Deus. Saibamos dar o verdadeiro valor ao Dom da Vida. Saibamos enxergar na nossa irmã água a imagem de Deus.


Jordana Camilotti – Céu Azul-PR

JUFRA Regional Sul 1 (Paraná)

> DESMATAMENTO E AGRONEGÓCIO - OUVIR O GRITO DA MÃE TERRA

O Brasil possui uma área de 8,5 milhões de km2, onde se encontra a maior floresta tropical úmida (Floresta Amazônica) e a maior planície inundável (Pantanal) do mundo. Isso sem falar do cerrado, da caatinga, da mata atlântica e dos pampas (CAMARGO, 2003). Essa imensa riqueza vem sendo anualmente ocupada e a degradada velozmente, como fruto de uma corrida desenfreada pelo desenvolvimento econômico e tecnológico. Áreas muitas extensas de vegetação nativa estão sendo destruídas pelo desmatamento, queimadas, expansão do agronegócio dentre outros fatores.

O cerrado brasileiro, uma região riquíssima em diversidade biológica e social, possui hoje 100 milhões de hectares transformados em pastos, 11 milhões de hectares de plantações que correspondem a 35% de toda a produção agrícola do país e concentram 58% da produção nacional de soja. “A taxa anual de desmatamento é alarmante, girando em torno de 1,5%, ou seja, 3 milhões de hectares por ano”, alertou a bióloga Mercedes Bustamante.

Nesse contexto destaca-se a grande expansão do agronegócio, que movimenta bilhões na economia, especialmente com a exportação de grãos. Entretanto, às agressões aos solos, vegetação, hidrografia, clima são inegáveis, pois, o agronegócio sobrevive de uma monstruosa ação de retirada de cobertura vegetal de matas nativas, principalmente no cerrado. O último relatório da EMBRAPA/MS de 2005 mostrou que o grande vilão do assoreamento dos rios, como o Taquari não é a agricultura e sim o desmatamento. Surge um questionamento. Após esse desmatamento qual a atividade que passou ser praticada nesses locais? A resposta é imediata: SOJA (RIBEIRO et al, 2006). Não podendo faltar os impactos sociais que também são visíveis através dos conflitos pela posse da terra e do aniquilamento das pequenas propriedades, uma vez que, o agronegócio continua garantindo que 132 milhões de hectares de terras estejam concentradas nas mãos de pouco mais de 32 mil latifundiários.

O que falar então de nossa tão “amada” e “desejada” floresta Amazônica, com seus mananciais, suas riqueza de povos, fauna e flora e que originalmente abrigava 2.500 espécies de árvores e 30 mil das 100 mil espécies de plantas que existiam em toda a América Latina, sendo a principal fonte de madeira de florestas nativas do Brasil (WWF Brasil). O que se destaca agora é o desmatamento que continua acontecendo em ritmo acelerado. Até 2005, a Floresta Amazônica sofreu desmatamento equivalente a 94% do território total da Venezuela. O relatório do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) afirma que até 2005 a Amazônia acumulou uma perda de 17% da sua vegetação total nos nove países que possuem trechos da floresta tropical. A área total desmatada foi de 857.666 quilômetros quadrados.

Seria então o homem moderno um devastador? Não, não me parece que isso é de “sangue”. Seria então uma “doença hereditária”? Vejam o que fizemos com nossa Mata Atlântica, explorada a mais de 500 anos desde o ciclo do pau-brasil, aliás você já viu essa árvore?, que de tão ilustre emprestou seu nome a essa terra amada. Os 1.300.000 km² de Mata Atlântica foram reduzidos para cerca de 100.000 km², que representa apenas 5% da área originalmente ocupada. Além disso, os remanescentes de Mata Atlântica encontram-se altamente fragmentados e sob uma forte pressão antrópica, pois 120 milhões de brasileiros vivem na região (Disponível em: www.comciencia.br).

E o que nós jovens da JUFRA estamos fazendo diante disso? Ou será que isso não nos toca? Não! E quando vemos nossas cidades inundadas pelas mudanças nos regimes de chuvas causadas alterações ambientais e climáticas. E quando vemos os deslizamentos de terras nos locais onde a floresta foi destruída. E quando vemos o fogo bater em nossa porta trazido pelo excesso de queimadas. E quando nossos irmãos/as lamentam a colheita perdida que alimentaria seus filhos/as.

Preservar toda a criação Divina é um compromisso de todos. São Francisco de Assis compreendeu e amou imensamente todo esse tesouro criado por Deus, por isso louva a terra, o qual chama de MÃE: “Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã e mãe Terra, a qual nos sustenta e governa, e produz diversos frutos, coloridas flores e ervas”. Nesse sentido, existe um modo franciscano de fazer ecologia. A ecologia que relaciona o meio ambiente com o ser humano e todas as dimensões da vida humana e da sociedade. Ecologia tem a ver com a questão da paz, da saúde, da economia, da política. E tem tudo a ver com a religião (Frei Pilato Pereira, OFMcap).

Como jovens franciscanos somos todos chamados a desenvolver ações concretas que ajudem a preservar toda a criação, de norte a sul desse país, atendendo os anseios de nossas realidades, bairros, cidades e estados, tendo participação ativa em entidades e instituições que promovam a defesa de vida, da paz e da integridade da criação.

Mayara Ingrid Sousa Lima – São Luís-MA

JUFRA Regional NEA1 (Maranhão)

> SUSTENTABILIDADE: UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL


Sustentabilidade: conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Podemos dizer então que o mundo “sustentável” que vivemos hoje é continuidade do que pessoas pensavam sobre o assunto a 10, 20, 30 anos atrás.

O conceito sistêmico de hoje – Século XXI – parece não ter mudado muito, ou melhor, talvez tenha mudado sim, mas não pra melhor. Não precisamos de muito esforço para acharmos exemplos conseqüências desses conceitos. É só lembrarmos, por exemplo, do Furacão Katrina que destruiu uma parte litorânea dos Estados Unidos, principalmente a região metropolitana de Nova Orleans; ou ainda o Tsunami que atingiu a Indonésia há alguns anos atrás; ou podemos lembrar de fatos mais recentes e próximos de nós, como as que destruíram cidades no sul, sudeste e nordeste, essa última ainda sofre pela seca em grande parte da região.

Esse talvez seja o maior desafio no caminho para um mundo sustentável, a conscientização ambiental. As pessoas perceberem que suas atitudes de desrespeito a Natureza – que pra mim é dos maiores bens que Deus nos concedeu – não está prejudicando somente a ela, mas também seus filhos, netos, e milhões de outras pessoas.

Outro desafio para chegarmos a esse mundo sustentável é a erradicação da desigualdade social. Apesar dos investimentos em ações sociais voltadas para esse objetivo, o Brasil é um dos países com o maior índice de desigualdade social, assim como toda América Latina.

Um outro mundo é possível sim, desde que, não só os governantes, mas toda a população mundial se conscientize e mobilize-se para melhorar, ou solucionar esses dois problemas, que é de responsabilidade de todos.

Tácito Virgílio – Cuiabá/MT

JUFRA Regional Oeste (MS, MT e RO)

> “PELA VIDA, GRITA A TERRA. POR DIREITOS, TODOS NÓS!”

UMA REFLEXÃO A PARTIR DA CF- 2011

Imagine-se diante de uma daquelas enormes paredes de um açude, de uma barragem ou de uma usina hidrelétrica... É de ficar abismado com a força humana de domar o poder das águas. Conquistar a Criação com os caprichos, fúrias e desejos do atual modelo de desenvolvimento tem sido a pauta predominante pelo menos dos últimos 200 anos. Este modelo de produção implantado desde o século XVII é chamado de modo de produção capitalista, ou simplesmente capitalismo. Seu principal objetivo é a submissão da riqueza da natureza, criada pelo Deus da Vida e doada gratuitamente aos seus filhos e filhas. Esta maneira de produção rompeu com todas as relações vitais do ser humano: consigo mesmo, seus semelhantes, os demais seres e com o Criador, causando conseqüências cujas características são:

A primeira característica é a divisão dos seres humanos em dois agrupamentos: Um que deve trabalhar, cerca de 40 horas ou mais por semana, e que quase nunca recebe recompensa à altura das forças mentais e físicas por ele despendidas. E outro que possui a propriedade de terras, plantações, fábricas, usinas, empresas, bancos, comércios, e que enriquece – com base na lei da mais-valia – às custas dos não-proprietários.

A segunda característica é uma relação provocada por esta disparidade, ou seja, a competição que é gerada entre os seres humanos. O “outro” não é mais visto como irmão e irmã, com o qual se compartilha amizade, solidariedade e convivência, mas sim um inimigo que pode invadir o meu espaço, privar-me da riqueza e impedir o meu sucesso.

É neste contexto perverso, de apoderação da natureza por uma pequena quantidade de empresas nacionais e transnacionais, que deve ser refletido a defesa da vida no Planeta. Neste sentido, a água tem importância fundamental, e o poder sobre ela responde ao anseio de ter o domínio desse líquido precioso, imprescindível para qualquer tipo de vida no Planeta. Portanto, quem se apodera da água – nestas épocas de poluição, aumento da seca e queda mundial de sua disponibilidade – retém para si a certeza de riqueza certa num futuro próximo.

Em atenção e resposta a estas questões, a Campanha da Fraternidade 2011, tratando o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta” e o lema “A Criação geme em dores de parto” (Rm 8,22), trouxe para toda a Igreja do Brasil, em forma de reflexões, preces e mobilizações estas importantes questões. Neste texto, daremos atenção para as temáticas das Mudanças Climáticas, Água e Energia, Agronegócio e Desmatamento e Sustentabilidade.

Sobre as Mudanças Climáticas, escreveu o jufrista Gésus de Almeida, Secretário Fraterno Regional NE B4, Em relação à Água, a jufrista Jordana Camilloti, Subsecretária de DHJUPIC Regional Sul 1. Refletindo sobre o Desmatamento e o Agronegócio, a jufrista Mayara Ingrid, Subsecretária Nacional de Formação e Regional NE A1. E sobre a Sustentabilidade, o jufrista Tácito Virgílio, do Regional Oeste.

E então, quem já ouviu falar no Rio Tocantins e na Hidrelétrica de Tucuruí? No Rio Madeira e as Hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau? Na Transposição do Rio São Francisco? No Rio Xingu e a Hidrelétrica de Belo Monte? No Rio Paraíba e a Barragem de Acauã? No Rio Paraná e a Hidrelétrica de Itaipu? Nas enchentes catastróficas no Sudeste e no Nordeste? Nas enormes queimadas no Centro-Oeste? Na estiagem no Sul e na Amazônia? No Porto da Baía de Sepetiba?

Aqui são necessárias algumas perguntas: A quem pertence a natureza? Quem se apropriou dela? E os projetos previstos? Quem são os causadores desta situação? Os culpados? As vítimas?


MABOlhemos para o campo, ao invés de roças produzindo alimentos, enormes fazendas para o gado e milhares de hectares de terras, irrigadas, de cana, soja, eucalipto, destinando sua produção, quase que exclusiva, para a exportação. Centenas de famílias atingidas por barragens e enchentes não receberam a indenização devida e outras foram obrigadas a aceitar uma mini-casa numa vila, ou uma indenização que não dá nem pra garantir a comida, muito menos uma nova vida.

Cresce os casos de violação dos direitos humanos dos atingidos por barragensE na cidade, onde vive cerca de 80% da população? Cidades inchadas pelo êxodo rural e migração, dos quais nem se fala mais. Trânsito caótico, transportes não equivalente ao que temos direito, apesar das passagens caras, poluição intensa. Trabalhadores/as sem alternativa de vida, enxotados para as periferias das grandes cidades, sem emprego, renda e moradia digna. Educação e Saúde sendo privatizadas aos poucos. Drogas e violência se alastrando por todos os âmbitos, ceifando vidas e futuro. O que pensar de um país onde 50 mil pessoas são assassinadas anualmente, sendo a maioria de jovens, pobres e negros?


Estas realidades às quais milhares de pessoas, irmãs e irmãos nossos, são submetidas, devem perpassar o coração e as mentes de todas as pessoas de boa vontade, sobretudo dos cristãos e cristãs. No mesmo ritmo, nossas Fraternidades da Juventude Franciscana, engajadas nas diversas realidades das regiões do nosso país e seguindo o sonho e projeto de Jesus, estão se empenhando cada vez mais naquilo que as comunidades dos primeiros cristãos e cristãs eram atentas em concretizar: “não havia necessitados entre eles.” (Atos 4,34).

Em 2011, a JUFRA do Brasil vem tendo pelo menos três grandes oportunidades para trabalhar essa questão, no âmbito do serviço de DHJUPIC. A primeira é a própria Campanha da Fraternidade, promovida pela CNBB, onde todas as Comunidades se empenham num verdadeiro mutirão de formação, reflexão e ação em torno de uma questão de fundamental importância, este ano, no caso, a Vida no Planeta. A segunda oportunidade é o 17º Grito dos/as Excluídos/as, realizado na Semana da Pátria (01 a 07 de setembro) trazendo para as ruas os clamores escondidos na sociedade, dessa vez com o lema: “Pela vida, grita a Terra... Por direitos, todos nós!”. A terceira oportunidade é a 2ª Jornada Franciscana Nacional pelos Direitos Humanos, com o objetivo de realizar ações nas Fraternidades locais retomando a temática da Campanha da Fraternidade e engajando os/as jufristas na realidade local em que está inserido.

Emanuelson Matias de Lima – Santa Rita/PB

JUFRA Regional Nordeste A3 (PB/RN)

> NENHUM ROYALTY PAGA UMA VIDA

MAB

Em 1970 quando se iniciou a construção da Usina hidrelétrica Itaipu: “Foz do Iguaçu era uma cidade com apenas duas ruas asfaltadas e cerca de 20 mil habitantes, em dez anos, a população passa para 101.447 habitantes” (ITAIPU, 2011, S/P). As pessoas vinham para trabalhar na Itaipu e traziam consigo suas famílias.

Em 20 de outubro de 1978, 58 toneladas de dinamite explodem as duas ensecadeiras que protegiam a construção do novo curso... A obra ganha contornos de uma operação bélica. Em 1980, o transporte de materiais para a Itaipu Binacional mobilizou 20.113 caminhões e 6.648 vagões ferroviários. Já a demanda por mão-de-obra provoca filas imensas nos centros de triagem dos consórcios (ITAIPU, 2011, S/P).

Aqueles que já habitavam a região antes da usina e se mantinham da agricultura foram em sua maioria desapropriados de suas terras e quando muito conseguiam terras inférteis no norte e nordeste do Brasil ou terras propícias a outro tipo de agricultura cuja técnica de plantio não era de domínio desses Iguaçuenses, além disso, essas pessoas tinham que abandonar a maquinaria e outros recursos do arado para conseguir se deslocar até as terras que o dinheiro cedido por Itaipu dava para comprar.

As terras desapropriadas de seus donos foram inundadas e apesar da força voluntária para resgatar os bichos daquela área, houve uma grande chacina de animais. A principal memória do impacto ambiental são as Sete Quedas, cartão postal da região que desapareceu de repente.

Abrindo um parêntese para os dias atuais, não se pode deixar de mencionar o termo “sustentabilidade” tão propagado pelas grandes corporações que buscam camuflar suas ações de destruição. Será possível um desenvolvimento sustentável? Ou será que o desenvolvimento é Insustentável?

Recursos naturais são importantes ou será que eles já nem existem? Recurso natural remete a algo ao qual se pode recorrer, mas o que se percebe hoje são escassos elementos naturais que para serem explorados precisam ser antes de tudo encontrados sejam eles de origem mineral, orgânica ou energética. E a destruição dessas fontes de matérias-primas é necessária para o desenvolvimento. Portanto há uma incompatibilidade entre sustentabilidade e avanço econômico.

E voltando a história da usina que se confunde com a história do município que a abriga. A cidade foi crescendo em população e isso fazia com que o desenvolvimento da região acontecesse de forma acelerada e sem planejamento. Pesquisas alertavam para grandes problemas sociais e econômicos nas próximas décadas, mas o progresso era mais tentador que “especulações”.

Início da década de 1980: Enfim a gigante Itaipu foi terminada e desencantou o caos instalado no início da obra. Aqueles que a princípio foram atraídos para trabalhar na Itaipu e morar com suas famílias no município, já haviam criado um forte vínculo e permaneceram na cidade. Se antes a educação, saúde, segurança... já haviam sido afetados pelo inchaço da região, agora com o fim da construção da usina, a economia também passa a ser atingida de forma negativa já que o desemprego gerado por Itaipu não é absorvido por outros setores de trabalho do município. Assim o efeito cascata do caos cada vez mais foi se mostrando duradouro e estrutural.

O desemprego gerou a luta pela sobrevivência considerada até hoje (para os não comprometidos com a história da cidade) como mera violência. O que leva à morte de uns é o meio de subsistência de outros. Hoje, dificilmente se encontra alguém com mais de 26 anos de idade que tenha nascido em Foz, são cidadãos que trabalharam na Itaipu ou filhos de algum ex-funcionário.

A cidade sobrevive do turismo (o que não abrange toda a massa de trabalhadores) além do trabalho informal (Sacoleiros) considerado criminoso. Outro setor mantenedor da cidade que poderia se considerado como grande captador financeiro seria o setor de funerárias, haja vista que é a cidade que tem o maior índice de morte por violência entre jovens no país.

O contingente populacional de Foz hoje é de 256.081 mil habitantes, 2.462 mil a menos que há dez anos e a estimativa era que o número atual fosse de 311.697 habitantes. Esses dados do IBGE mostram que além as estimativas não serem alcançadas, ainda diminuiu mais de 2 mil pessoas. Até o momento ninguém conseguiu explicar o fenômeno desta redução. Será que está morrendo gente? A principal causa está sendo apontada pelo próprio IBGE para o processo migratório. E se estão indo embora, qual o motivo? Desemprego? Violência? Miséria? Fome? Injustiça? Medo?

Será que “A Pedra que Canta” teria uma explicação? A Pedra que Canta: significado da palavra Itaipu, uma ilha batizada com esse nome por Tupi-Guaranis devido ao barulho que se formava quando as águas do rio Paraná batiam em suas pedras. Essa ilha não existe mais, devido a construção da usina em seu lugar, a qual também se apropriou do nome.

Foz do Iguaçu deveria ser a verdadeira Cidade Luz por abrigar a usina mais potente do mundo. Itaipu fornece cerca de 20% da energia consumida no Brasil e cerca de 90% no Paraguai. Mas pasmem: Só em 2009 a Copel (Companhia Paranaense de Energia) recebeu do Ministério de Minas e Energia a concessão para distribuir a energia da Itaipu, até então só a empresa Furnas Centrais Elétricas subsidiária da Eletrobrás tinha total controle da distribuição da energia produzida pela Itaipu. O lado bom disso tudo? Se a energia de Foz não vinha da Itaipu, Foz do Iguaçu não podia sofrer racionamento de energia, mas é claro que o preço do apagão todo mundo pagou em suas contas de energia elétrica. Tudo isso só tem um nome: Itaipu.

Por sorte, Foz do Iguaçu é um lugar muito abençoado cujas maravilhas naturais são inenarráveis, é por isso e outros motivos que é o segundo maior destino turístico do Brasil. E é também por isso que a verdadeira história se esconde em meio a outros caprichos naturais da região.

Hoje não há muito a fazer, mas este relato serve de exemplo para que a história não se repita. Nenhum royalty é capaz de apagar ou reaver um crescimento econômico e social natural da região tampouco devolver o vigor da natureza que havia antes da usina e muito menos apagar da memória o desrespeito à dignidade humana para com os atuais moradores e os pioneiros da cidade.

Gleice Francisca Pereira da Silva – Foz do Iguaçu-PR

JUFRA Regional Sul 1 (Paraná)

> MANIFESTO CONTRA AS MUDANÇAS EM DISCUSSÃO NO CÓDIGO FLORESTAL


O Seminário Nacional sobre o Código Florestal, realizado em São Paulo no dia 7 de maio de 2011, reuniu 400 participantes de 50 entidades, movimentos populares, parlamentares, cientistas, acadêmicos e organizações sociais do campo e da cidade. Dessa ampla articulação, manifestamos nosso repúdio ao projeto de Lei 1876/99 e ao substitutivo apresentado pelo relator, deputado Aldo Rebelo, em trâmite na Câmara dos Deputados e que versa sobre alteração do Código Florestal.

O substitutivo apresentado pelo relator afronta princípios caros à sociedade brasileira, além de contrariar disposições da Constituição Federal. A intenção de desmonte e fragilização da legislação é evidente e somente a possibilidade de mudança no Código já esta causando o aumento da degradação ambiental.

Denunciamos a falta de participação e democracia em relação à forma como esse debate, que é de interesse nacional, vem sendo realizado. Ao contrário do que os defensores afirmam, o projeto e seu substitutivo não contemplam as demandas da agricultura familiar e camponesa, das populações tradicionais e quilombolas.

Do mesmo modo, não há respeito às especificidades das cidades brasileiras e não são incorporadas as propostas dos movimentos sociais urbanos, que defendem políticas de justiça social para a população de baixa renda, sempre exposta e marginalizada em áreas de maior risco. Tampouco estão presentes as contribuições e avanços da ciência com relação à possibilidade de maior aproveitamento sustentável do uso do solo.

Para construir uma política ambiental que leve em conta os interesses do povo brasileiro e das futuras gerações, é preciso mais tempo para que as questões controversas sejam amplamente debatidas e apropriadas pela sociedade de forma mais abrangente. Não aceitamos que mudanças de tamanha envergadura sejam votadas às pressas sem o necessário envolvimento de todos os setores envolvidos.

Na verdade, as mudanças propostas favorecem empreendimentos de interesse empresarial e não social, como a especulação imobiliária no campo e na cidade, o latifúndio, o agronegócio, as grandes empresas nacionais e estrangeiras, como a indústria de celulose e papel. A defesa dessa alteração só irá beneficiar os mesmo setores que perpetuam a prática do trabalho escravo e outras iniciativas que afrontam direitos humanos.

São estes interesses que defendem as alterações contidas no projeto, por exemplo, a suspensão das multas e anistia a crimes ambientais do latifúndio e do agronegócio, que avança de forma violenta sobre nossos bens naturais, assim como a isenção das reservas legais em qualquer propriedade.

As reservas legais são áreas que admitem exploração sustentável e assim devem ser mantidas. Somos contra a transformação de tais áreas em monocultivos de espécies exóticas. Consideramos necessário melhorar a fiscalização e denunciar o desmonte dos órgãos ambientais e, ao mesmo tempo, ter políticas de incentivo à recuperação das áreas degradadas. Não podemos retroceder.

É preciso estabelecer clara diferenciação entre a agricultura extensiva, de monocultivo para exportação, e a agricultura familiar e camponesa, responsável por 70% dos alimentos que vai para mesa dos brasileiros, segundo o censo do IBGE. Portanto, é preciso ter políticas para agricultura familiar e camponesa, que afirmam um projeto de agricultura no qual não há espaço para o agronegócio.

Precisamos reforçar uma política ambiental nacional, com maior apoio aos órgãos fiscalizadores, em vez de ceder às pressões das elites rurais para tirar essa competência da esfera federal. Nos manifestamos contra a flexibilização das áreas de preservação permanente nas áreas rurais, pois sem elas a própria agricultura estaria em risco. Defendemos uma ampla política de reforma agrária e urbana, a demarcação das áreas indígenas e a titulação dos territórios quilombolas, com proteção de nossas florestas, rios e biodiversidade. Denunciamos a repressão aos camponeses e às populações de baixa renda nas cidades.

O que está em jogo é o próprio modelo agrícola, ambiental e de uso do solo no Brasil, contra as propostas da bancada ruralista e do capital financeiro e especulativo. Defendemos que nossos bens naturais sejam preservados para todos os brasileiros, para garantir o próprio futuro da humanidade.

Esperamos que a presidenta Dilma mantenha seus compromissos de campanha no que toca à não flexibilização da legislação ambiental e nos comprometemos a apoiar e dar sustentação política na sociedade para enfrentar os interesses do agronegócio que vem buscando o desmonte da legislação ambiental. Conclamamos o povo brasileiro a se somar nessa luta contra as mudanças no Código!

SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE O CÓDIGO FLORESTAL

São Paulo-SP, 7 de maio de 2011

> E QUEM COME CIMENTO?

O CASO DO ASSENTAMENTO MUCATU (ALHANDRA-PB)


A situação do assentamento Mucatu, no município de Alhandra-PB, é a seguinte:

A área foi desapropriada em 1978, e na época foram assentadas 300 famílias, e hoje são mais de 1.500 famílias que residem e trabalham em 180 lotes, com mais ou menos cinco famílias em cada um. Pelo tempo a área já é emancipada e consolidada pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e a maioria dos agricultores/as já quitaram suas parcelas junto ao INCRA. Algumas faltam receber as cláusulas resolutivas (documento que autoriza o agricultor registrar área em cartório em seu próprio nome).

Nos anos de 2004/2005, uma empresa passou fazendo análise do subsolo em toda esta região e que algumas comunidades permitiram e outras não, é esta análise que apontou agora para a exploração do subsolo. Segundo comentários, é que nesta região está localizada a maior jazida de calcário do Brasil.

No início de 2011, o Governo do Estado visitou os 4 municípios da região e anunciou a criação de indústrias, apontando para o desenvolvimento econômico do Estado. Mais ou menos no mês de abril, alguns parceleiros receberam visitas da empresa Elizabeth, fazendo propostas de compras de suas parcelas e já informavam que essa a região foi analisada e constatada que há uma jazida de minério, no caso calcário e gesso.

Os agricultores/as se negaram a vender estas parcelas, mas para sua surpresa, o Prefeito do Município de Alhandra-PB, apresentou um decreto de desapropriação de duas parcelas, que somam juntos um total de 80 hectares e sem comunicar os parceleiros entrou com um pedido de reintegração de posse na Justiça e esta concedeu.

Antes de ser executada a desapropriação, um vereador do município de Alhandra-PB, Valfredo, promoveu uma audiência pública na Câmara Municipal com a presença do gestor público de Alhandra-PB, Prefeito Renato Ataides, o deputado estadual Branco, o deputado estadual Frei Anastácio, com a participação das comunidades de Mucatu. Nesta sessão ficou claro a posição do Prefeito e do deputado Branco, que em nome do desenvolvimento e geração de emprego para uma média de 500 pessoas, tem a intenção de expulsar todas as famílias que habitam na grande Mucatu e mais outros assentamentos que estão incluídos como: Apaza, Subauma, Árvore Alta, Sede Velha e podendo incluir Assentamentos Frei Anastácio e Rick Charles.

O primeiro passo será a aquisição de três parcelas que no total medem 110 hectares para implantação do Parque Industrial (a fábrica de cimento), o restante da área que somam um total de 2.340 hectares serão para exploração do calcário (matéria prima do cimento).

Se este fato se consolidar, mais de 2 mil famílias serão expulsas desse território camponês, conquistado pela luta e a resistência do povo, como também deixarão de ser produzidos toneladas de alimentos que são fornecidos para nossa região, para o Estado e os Estados vizinhos. Anualmente, em toneladas, são cerca de 33 mil de inhame, 17 mil e 300 de banana, 6 mil de acerola, 6 mil de coco, 6 mil de macaxeira, mil e 700 de mamão, 630 mil de feijão verde, 9.5 mil de batata doce, 150 mil de limão e 130 mil de maracujá.

As empresas, porém, continuam insistindo na aquisição das parcelas e fazendo novas análises, mas o povo está resistindo e proibindo qualquer ação por parte deles e apela pela solidariedade de todo aquele e aquela que acredita na necessidade de manter o povo no campo.

A famílias assentadas estão se mobilizando em defesa dos seus direitos, e já realizaram audiência na Assembleia Legislativa, manifestações de rua e a 22ª Romaria da Terra, da Arquidiocese da Paraíba, organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) foi realizada em Alhandra, para demonstrar a solidariedade das comunidades rurais e urbanas à causa do povo de Mucatu.

Os trabalhadores/as rurais de Mucatu escreverem esta carta:

“Nós, agricultoras e agricultores de todas as comunidades e assentamentos da Arquidiocese da Paraíba, estamos aqui para dizer que não somos contra o desenvolvimento de Alhandra-PB, nem dos demais municípios vizinhos (Caaporã, Conde e Pitimbú). Nós queremos sim o desenvolvimento, mas não aceitamos um desenvolvimento com retrocesso, que destrua a Mãe Terra e que passe por cima dos nossos direitos.

A instalação de uma Fábrica de cimento, em áreas que já foram desapropriadas para a Reforma Agrária, representa voltar ao passado. Já foi até publicado que a área de exploração do calcário, matéria-prima para fazer o cimento, será cerca de 2.400 hectares.Isso compromete todas as áreas de assentamento. Assim, mais de 2.670 famílias de agricultoras e agricultores terão que sair de suas terras para dar lugar à Obra.

Quem não lembra dos tempos em que estas terras estavam controladas nas mãos de meia dúzia de proprietários? Quem não lembra da pobreza, da falta de trabalho, da falta de alimentos? Para onde vão as mais de 2.570 famílias que hoje moram e trabalham nas 27 comunidades e assentamentos destes municípios? Nós, agricultoras e agricultores produzimos toneladas de alimentos que abastecem as Feiras locais, as CEASAs de João Pessoa, Campina Grande, Recife e Fortaleza. Com certeza esses alimentos farão falta na mesa de toda a população.

Além disso, tem a questão ambiental. De acordo com pesquisas desenvolvidas pela UFRPE, esta região possui a maior reserva de água doce do litoral nordestino, ou seja, água para o consumo humano. Com a exploração deste tipo de atividade, toda essa água, as nascentes de rios e açudes serão destruídos. As matas e florestas que nós preservamos também serão destruídas por esta Fábrica. O que nós defendemos é o desenvolvimento com vida digna e respeito à Mãe Terra e aos nossos Direitos”.

Com informações da CPT (Comissão Pastoral da Terra)

> NOTA DE REPÚDIO SOBRE CÓDIGO FLORESTAL E ASSASSINATOS DE DEFENSORES/AS DE DIREITOS HUMANOS

NOTA DE REPÚDIO

A/C: A Sociedade Brasileira

Assunto: Código Florestal e Assassinatos de Defensores/as de Direitos Humanos

“Ai daqueles que, deitados na cama, ficam planejando a injustiça e tramando o mal! É só o dia amanhecer, já o executam, porque têm o poder em suas mãos.” (Miqueias 2,1)

Santa Rita / PB, 27 de Maio de 2011.

Irmãs e irmãos!

Paz e Bem,

Temos visto e vivido nos últimos dias fatos que nos deixaram em extrema preocupação: a aprovação das mudanças no Código Florestal brasileiro e o assassinato de trabalhadores/as e defensores/as dos Direitos Humanos.

Sob as ordens do agro-hidro-negócio, a Câmara Federal aprovou, por 410 votos a favor e 63 contra, as alterações no Código Florestal brasileiro, pondo em risco a biodiversidade do país e favorecendo os poderosos latifundiários, madeireiros e fazendeiros que desmatam, abusam dos recursos naturais e enganam, exploram, ameaçam, perseguem e matam nosso povo!

Sob estas mesmas ordens, irmãos e irmãs nossos/as, militantes e trabalhadores/as, estão sendo assassinados/as por defenderem os direitos dos povos e da Mãe Terra. Só nesta semana, foram mortos/as, no dia 24 de maio, José Cláudio e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna, Pará, e neste 27 de maio, Adelino Ramos, em Porto Velho, Rondônia.

Sendo assim, somos interpelados/as a demonstrar publicamente nossa posição de jovens cristãos/as franciscanos/as: Repudiamos firmemente estes fatos! As Constituições Gerais da Ordem Franciscana Secular, Artigo 22, Item 2, nos orientam: “Tomem posições claras quando a pessoa humana é ferida na sua dignidade em virtude de opressão ou indiferença, qualquer que seja sua forma. Ofereçam seu serviço fraterno às vítimas da injustiça.”

“Declaramos a nossa firme vontade de construir a justiça e a paz a nível pessoal, familiar, social e político, inspirando-nos nas exigências cristãs da caridade.” (Manifesto da JUFRA do Brasil, Item 15). Exigimos a apuração dos crimes, o combate a impunidade, a resolução dos casos, e a urgente proteção às testemunhas e defensores/as ameaçados!!!

Estaremos sempre vigilantes e atentos! “(...) comprometendo-nos a ser voz profética que anuncia a libertação integral do homem e denuncia todo abuso de poder e qualquer violência à vida e a dignidade da pessoa.” (Manifesto da JUFRA do Brasil, Item 18).

“JUFRA do Brasil: 40 anos construindo o Reino nos caminhos da História”

Fraternalmente,

Alex Sandro Bastos Ferreira

Secretário Fraterno (Presidente) Nacional da JUFRA do Brasil

Emanuelson Matias de Lima (Elson)

Subsecretário Nacional de DHJUPIC da JUFRA do Brasil

VÍDEOS SOBRE JUSTIÇA SÓCIO-AMBIENTAL

-A História das Coisas (Denise Zepter – versão brasileira):

www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E

-Ilha das Flores (Jorge Furtado):

www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28

-Aquecimento Global (CF-2011):

www.youtube.com/watch?v=PUZohKoHhho

-Desmatamento e Agronegócio (CF-2011):

www.youtube.com/watch?v=5wlPBc7uziU

-Sustentabilidade (CF-2011):

www.youtube.com/watch?v=_P2fgAzkqFU

-Água Fonte de Vida (CF-2011):

www.youtube.com/watch?v=oIRblxGZ7Yc

-O Canto de Acauã (MAB):

Parte 1: www.youtube.com/watch?v=2XAd6sHhxj0 / Parte 2: www.youtube.com/watch?v=K3BVhFcIRiQ

-Tucuruí: A Saga de um Povo (MAB):

www.youtube.com/watch?v=NSm8J3CUsOU

-Mulheres na Luta por Justiça Ambiental e Climática (FASE):

www.youtube.com/watch?v=C8oraHIoMac

-Complexo Madeira expulsa ribeirinhos (MAB):

www.youtube.com/watch?v=ov6EYMgMGnc

-O Preço da Luz é um Roubo (MAB):

www.youtube.com/watch?v=L8VEXRaZ3pk

-Gado em terra xavante (Greenpeace Brasil):

www.youtube.com/watch?v=U_boPeK7S4g

-O triste fim de um defensor da floresta (Greenpeace Brasil):

www.youtube.com/watch?v=U_boPeK7S4g

-Votação Código Florestal – 24 de maio de 2011 (Greenpeace Brasil):

www.youtube.com/watch?v=wm9TS7HPMRE

-Povos do Xingu contra a construção de Belo Monte (Greenpeace Brasil):

www.youtube.com/watch?v=ZmOozYXozb8

-Soja: Em nome do progre$$o (Greenpeace Brasil):

Parte 1: www.youtube.com/watch?v=vtf-9H9tru0 Parte 2: www.youtube.com/watch?v=ilEJnQld9zI

-Pelo limite da propriedade da terra (FNRAJC):

Parte 1: www.youtube.com/watch?v=uaMkm-NJCk4 Parte 2: www.youtube.com/watch?v=4mnreMd2JQY

-Transposição das Águas do Rio São Francisco (Frente Cearense por uma Nova Cultura da Água):

Parte 1: www.youtube.com/watch?v=1BnzC_3Vo0U

Parte 2: www.youtube.com/watch?v=zphwdGXc-rA

Parte 3: www.youtube.com/watch?v=5iZBd5T3IOg

Parte 4: www.youtube.com/watch?v=0MgNTghDoNM

Parte 5: www.youtube.com/watch?v=4-wh03wc8r0

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

-Organização e Diagramação da Cartilha:

Emanuelson Matias de Lima – Santa Rita-PB

Regional NE A3 (PB/RN)

Subsecretario Nacional de DHJUPIC da JUFRA do Brasil

-Autoria do Cartaz:

Cariolando Dantas,OFS – João Pessoa-PB

Animador Fraterno da Fraternidade Irmão Sol com Irmã Lua (Santa Rita-PB)

-Autores e Autoras dos Textos:

Alex Sandro Bastos Ferreira – São Paulo-SP

Regional Sudeste 3 (SP)

Secretário Fraterno Nacional da JUFRA do Brasil

Leonardo Boff – Petrópolis-RJ

Teólogo e Escritor

Gésus de Almeida – Jequié-BA

JUFRA Regional Nordeste B4 (Bahia Sul)

Jordana Camilotti – Céu Azul-PR

JUFRA Regional Sul 1 (Paraná)

Mayara Ingrid Souza Lima – São Luís-MA

JUFRA Regional NEA1 (Maranhão)

Tácito Virgílio – Cuiabá/MT

JUFRA Regional Oeste (MS, MT e RO)

Gleice Francisca Pereira da Silva – Foz do Iguaçu-PR

JUFRA Regional Sul 1 (Paraná)





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