Ao
se perpassar a vida de Francisco, mesmo nos momentos mais críticos, nos
sofrimentos intensos, nas crises mais profundas e nas provações mais
angustiantes, desfruta ele de uma inexplicável alegria interior,embora com o
coração triturado pelas tribulações. O segredo deste vigor está no seu
relacionamento com o Criador, pois Deus é a alegria: “Tu és a nossa alegria”. Após
sua conversão, o jovem Francisco foi se dar conta que a felicidade, a
realização humana e cristã, a verdadeira alegria, não se apóia na efemeridade
do prestígio, na glória do poder passageiro ou na transitoriedade da fama. Tudo
isso é fugaz que não passa de vaidade das vaidades, acobertado por uma falsa
alegria: “não está aqui a perfeita alegria”.
O Pobrezinho de Assis encontra no leproso a pedra de
toque que o levou a mudar os rumos da caminhada e o sentido da vida. Diz ele
textualmente, após esta experiência com os leprosos: “encontrei a doçura de
alma e de corpo”. Sim. Sua alegria se efetiva na convivência com os infelizes e
com os sofredores. Por isso, sua insistência com a fraternidade: “Devem os
irmãos alegrar-se quando se encontram entre gente vulgar e desprezível...”.
E o Cântico do Sol ou Cântico das Criaturas não é
senão um jubiloso hino à alegria pelo universo criado. As criaturas que povoam
esta terra são a alegria do mundo. Aliás, o Poverello vai mais longe, ao
decantar a própria morte, pois nesta passagem derradeira para o Pai sente o
coração inundado de alegria com a proximidade da “irmã morte, a porta que se
abre para Deus”. Daí, faz uma celebração festiva neste encontro com o Pai e
assim poder entrar definitivamente na alegria pascal.
Em vida, Francisco preocupava-se com os irmãos na
maneira de andarem pelo mundo: “Não se mostrem tristes e abatidos... mas
alegres no Senhor...”.
Podemos também imaginar seu coração, quando da ruptura
com o pai terreno, embora tomado pela dor, pronunciar, irradiante de alegria:
“Agora, sim, posso dizer: Meu Pai que estais no céu”. Por quê? Porque livre e sem
amarras à família carnal, é “o arauto do grande Rei” e só a ele pertence e só a
ele toda glória e louvor.
Ao descobrir sua vocação e missão “exultando de
alegria no Espírito do Senhor, exclama logo: é isto mesmo que eu quero, procuro
e desejo de todo o coração”. Logo, Francisco é uma criatura cheia de Deus e
transbordante de alegria.
O
pobre de Assis antevia a possibilidade de um mundo fraterno e solidário neste
entrelaçamento entre criaturas e Criador, podendo assim, neste convívio,
celebrar a paz e alegria de um mundo renovado.
Retirado do site: http://pvfranciscanos.blogspot.com.br/2012/03/alegria-franciscana.html
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