“Vós não podeis servir a Deus e ao Dinheiro” (Lc 16,13).
A grande ameaça atual ao projeto do Reino de Deus não é o ateísmo, mas a idolatria, especialmente a idolatria do dinheiro. De acordo com a Sagrada Escritura ídolo é um deus falso que provoca a morte daqueles que prestam culto a ele. E assim acontece com o dinheiro, pelo qual se mata, se trai, se corrompe, se destrói. Basta analisarmos os grande dramas da atual humanidade para encontrarmos como causa mais profunda ambição desmedida, seja por petróleo, ouro, diamante, terra, água.
A poluição das águas, o desmatamento, a insistente interferência nos cursos e processos da natureza, as grandes guerras e todas as desgraças que estas agressões produzem nascem de corações acostumados a se guiarem pela avidez. O rastro é terrível e temível: fome, doenças, pessoas arrancadas de seus territórios, indiferença, solidão, morte.
São Francisco, com razão, chamava o dinheiro de “esterco do diabo”. Isso mesmo, de “cocô de satanás”, capaz de impregnar a vida e o coração daqueles que se tornam dele escravos. E é por isso que Jesus nos faz este alerta no Evangelho do 25º do Tempo Comum: “Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.
E este alerta do Mestre – confesso – me causa certo desconforto. Afinal, reconheço que esta idolatria, às vezes sutil – também pode ter força sobre mim. O fato de ser cristão e franciscano não me preserva de tal perigo. Por isso, busco estar vigilante para não deixar que esta postura roube a alegria e o entusiasmo pela missão que assumi como projeto de vida. Que Deus nos ajude, hoje e sempre, a termos um coração desapegado do dinheiro e apaixonado por Jesus Cristo.
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