Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro, desde 2014, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações.
Há quem diga que setembro é o mês da renovação. Para nós também é o mês da Boa Nova, da Bíblia. É quando o inverno dá boas-vindas à primavera, as ruas ficam mais floridas e a beleza da natureza, como num passe de mágica, espalha um clima de esperança pelo ar. Talvez por isso tenha sido escolhido para ser época de reflexão sobre um problema grave, que tem acometido cada vez mais os jovens no mundo inteiro: o suicídio.
No Brasil, esse tipo de morte entre adolescentes e jovens aumentou 30% nos últimos 25 anos. O crescimento é maior que o da média da população, segundo especialistas, reforçando a importância da reflexão sobre o tema, e, especialmente, a importância da mudança de postura dos pais em relação aos filhos.
Suicídio pode ser evitado e o primeiro passo é tocar no assunto
"É importante compartilhar a dor", afirma a diretora de documentário brasileiro que aborda o suicídio
Segundo a psicóloga da Universidade de Guarulhos e diretora do Instituto de Thalentos, em São Paulo, Márcia Dolores Resende, a educação emocional é uma forma de levar equilíbrio para a vida de uma pessoa. Quanto mais as emoções são compreendidas, respeitadas e direcionadas, melhor será a vida. “Mas, hoje em dia, vivemos um cenário completamente diferente. Os pais têm com os filhos uma relação business, ou seja, conduzem as ações em casa como se estivessem no mundo corporativo. Eles os tratam como se fossem uma extensão do mundo corporativo. Habitualmente, a sociedade tem uma forma que acredita ser a mais adequada de ensinar a evitar o contato com a emoção. Assim, existe a ilusão de que uma pessoa está se preservando, ocultando com muito afinco o que sente.”
Para a especialista, atualmente, há uma ausência nos pais de genuíno interesse pelo outro. “Hoje, eles fazem um interrogatório, uma espécie de checklist. Se o interesse fosse genuíno, ele sentaria, olharia no olho e nem precisaria perguntar, saberia o que estaria ocorrendo, se estivesse, de fato, conectado com o filho.”
PEDIDO DE AJUDA
E os resultados dessa ausência de conectividade são perigosos. “Cada emoção contida pelo jovem pode gerar sintomas consequentes da ansiedade, depressão, desmotivação, tristeza e ausência de propósito. Os jovens têm ainda pouca habilidade para lidar com as oscilações, pois a variedade de emoções, sensações e objetivos é desafiadora. E alguém sobrecarregado, independentemente da idade, pode comunicar-se com uma depressão, uma das formas de ser ouvido e ouvir o próprio corpo. Hoje, boa parte tem síndrome do pânico, depressão, insônia e outros comportamentos que mostram as emoções deslocadas”, explica Márcia, acrescentando que 21% dos jovens de 14 a 25 anos apresentam depressão e 5% já tentaram suicídio.
A tentativa, inclusive, é considerada pela psicóloga como um pedido de ajuda. “Infelizmente, quem tomou a decisão de se suicidar faz um planejamento e o realiza, não tenta. Quem quer acabar com a própria vida não faz tentativas. O jovem que faz tentativa está fazendo um pedido de ajuda. Cabe aos pais ou a quem convive com esse jovem observar e perceber que alguma coisa está fora do lugar. A proximidade, o amor e o diálogo são os melhores antídotos contra esse tipo de problema.”
Saia do vale da morte e lute pela vida: é possível prevenir o suicídio
A defesa da vida, um valor tão importante para os cristãos, é muitas vezes um fardo pesado para algumas pessoas. Na juventude, época de empolgação e descobertas, a alegria típica dos jovens às vezes perde espaço para a tristeza e a falta de vontade de viver.
A maioria dos que comete suicídio no país apresenta um quadro de depressão. A doença pode ser tratada e diagnosticada precocemente para se evitar o pior.
De acordo com a OMS, 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. E para cada caso fatal há pelo menos outras 20 tentativas fracassadas. No Brasil, o índice de suicídios na faixa dos 15 a 29 anos é de 6,9 casos para cada 100 mil habitantes, havendo, segundo a Unesp, um aumento de pelo menos 30% nos últimos 25 anos.
Uma das jovens que fazia parte dessa estatística era Patrícia Porto. Ela considerava sua vida um castigo. Diagnosticada com depressão, ela viu seus dias se tornarem um pesadelo. A doença lhe trouxe sintomas extremos e por pouco não acabou em morte. “Tomar banho era difícil, comer era difícil, as tarefas mais básicas se tornaram um problema. É uma batalha: você contra você mesmo. Dá uma vontade enorme de partir”, desabafa. Com tratamento psiquiátrico e terapia, além do apoio de familiares e amigos, os sintomas da depressão desapareceram junto com a vontade de desistir de viver.
Em todo o mundo, mais de um milhão de pessoas tiram a própria vida por ano. O número é maior do que o de homicídios. O tema ainda é visto como um tabu. Na mídia, o assunto é praticamente proibido. Esse silêncio é visto como prejudicial pelos especialistas, já que 90% dos casos poderiam ser evitados se houvesse mais conscientização e se os fatores de risco fossem identificados precocemente.
O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, alerta que se alguém sofre uma mudança de comportamento, é preciso logo procurar um psiquiatra. “Jamais as pessoas devem ter preconceito de procurar um médico psiquiatra, porque quanto mais rápido pedir ajuda, mais chances de problemas graves e irreversíveis serem evitados”, afirma o médico.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito para prevenção do suicídio há 53 anos. Atendentes voluntárias dão apoio emocional a quem precisa por telefone, chat ou de forma presencial. O site do CVV é o www.cvv.org.br e o telefone é o 141.
Familiares e amigos devem ficar atentos ao comportamento dos jovens com sintomas de depressão. Geralmente eles dão sinais de uma possível vontade de tirar a própria vida. Além de ajuda médica, amor, carinho e muita oração também podem salvar vidas.
Deve-se ser tratado nas três dimensões humanas, não se podendo esquecer da espiritual. Para nós, católicos, sempre recomendo a confissão, pois um dos maiores problemas das pessoas deprimidas é o sentimento de culpa que carregam por toda a vida, situação que pode ser imediatamente resolvida com o perdão de Deus. Pode-se também abrir-se mais ao seu irmão, conversar, falar o que te machuca.
Francisco, nosso exemplo de viver Cristo
Vivemos bombardeados de informações, notícias, falas, imagens. Nosso tempo (caso consideremos o fato que nós tenhamos o pleno controle dele) é consumido por estudo, trabalho ou redes sociais de forma que parece até um roubo de nossa boa vontade. Quando nos damos por conta, já estamos entremeados em uma teia que nos prende, deixando-nos imóveis para agir e pensar. Estamos presos e sufocados. Assim, tudo aquilo que produzimos parece carecer de algum propósito ou relevância.
O que devemos fazer? Como agir? O que esta acontecendo? O que falta? Qual é o sentido desta vida?
Entramos na chamada CRISE EXISTENCIAL. Certo dia meu professor orientador da graduação me disse que durante a vida passamos por diversas crises desse sentido, que ele mesmo tinha vivenciado várias durante um único ano... É assim que devemos viver? Quem somos nós? E se essas Crises me guiarem para um vale escuro, como A DEPRESSÃO CHEGANDO AO SUICÍDIO?
Francisco é o homem do milênio, exemplo tanto para o Papa e para todos nós. Ele também um dia passou por esta dita “Crise Existencial”, porém mudou sua trajetória guiando-se pela adoração da vida, respeito a todas as criações, simplicidade e a superação das dúvidas. Francisco tornou-se a mudança que ele quis ver no mundo! Mesmo com as facilidades proporcionadas por seu pai comerciante, sentia um grande vazio que não o preenchia. Achou que se tornando cavalheiro lutando contra os mouros conquistaria a glória como homem, entretanto sua existência não se daria por esta razão.
Neste ponto Francisco dá a nós jovens o caminho do primeiro passo: a ORAÇÃO.
Na oração, Francisco meditava com muita diligência. Aqui, temos a indicação de um modo de viver cheio de atenção e amor. Modo este que nos leva a ser responsáveis por cada coisa como sendo única, especial.
Francisco orava ao Senhor calorosamente e obteve a RESPOSTA que lhe trouxe a tarefa de vencer a si mesmo. Sob esta posição ele se torna tão contemporâneo ao nosso tempo. Nós a todo o momento procuramos respostas, ainda mais de forma fervorosa quando estamos imersos em uma crise. Porém, tal resposta só vem para quem efetivamente a busca. Queremos respostas, entretanto continuamos presos a todos os afazeres, sem tempo.
Quando Francisco lançou a pergunta “Senhor, que queres que eu faça?” ele não continnou sentado esperando a resposta, ele estudou, pediu, procurou junto ao Senhor o seu plano de realização. Vemos na trajetória de Francisco que a intensidade da procura dá a clareza da resposta.
Este primeiro passo que podemos dar, o mesmo passo de Francisco em sua crise, será um grande passo para termos uma vida plena e de qualidade, mesmo que consigamos apenas 5 minutos por dia para dedicar a oração.
Grande parte de nossas crises existenciais surgem quando estamos afastados de Deus, quando deixamos de lado nossos valores cristãos e adotamos valores sem fundamento. Quando deixamos de orar, de meditar, colocar os pensamentos em harmonia e agradecer pela vida nos vemos perdidos. Francisco mostra que o caminho é Jesus Cristo, Francisco se sentia vazio antes de encontrar o caminho e reconstruir a Igreja, e é assim que nós nos sentimos nessas crises...
Vazios! Sem rumo, sem propósito, sem vontade.
Quando buscamos a oração, a conversa com Deus traz o aconchego do amor, sentimo-nos acolhidos. Diferentemente, quando nos esquecemos dela, ficamos indiferentes e somos encaminhados ao esquecimento que é a morte do sentido. A oração nos conecta aquele que tem o poder de fazer uma mudança duradoura em nossas vidas, assim como fez com Francisco, libertando-nos da crise existencial que a indiferença faz abater.
O poder de Deus abre caminho onde parece não haver nenhum. O autoconhecimento na ecologia do homem é fundamental para encontrarmos nosso lugar no mundo e conseguirmos vivenciar o carisma franciscano. Que possamos caminhar junto a Francisco na oração. Transformando como ele a crise existencial de sofrimento à mudança boa!
A cada dúvida, cada dor, cada alegria: ORE!
Nenhuma crise é maior que o amor de Deus por nós!
“Eu sou a videira; Vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará
muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.” João 15:5
SETEMBRO AMARELOO movimento acontece durante todo o mês de setembro em todo o mundo. Há uma atenção especial no dia 10 de setembro, pois é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que neste ano cai em um sábado.
Fonte:
http://www.setembroamarelo.org.br/
http://jovensconectados.org.br/?s=suicidio
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2015/09/22/noticia_saudeplena,155138/setembro-amarelo-alerta-para-a-prevencao-do-suicidio.shtml
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