O gosto de Deus


Sem gosto nada se faz.

Para poder se achegar a Deus será preciso um certo gosto de Deus.

Há pessoas que não têm ou dão a impressão de não ter gosto de Deus. Deus não lhes diz nada. Para elas não corresponde a nada.  Impossível falar-lhes  de Deus.
Há, de outro lado, aqueles que experimentam alegria pelo simples fato de pensar em Deus. São esses que experimentam necessidade de amar e de amar não a qualquer um, a alguém passageiro e imperfeito, mas o Bem perfeito. Desejam, efetivamente, poder se entregar totalmente a ele  e de entrar em sua alegria.  Entram em sua alegria. O Bem as a trai. Têm o gosto de Deus.

A atração por  Deus  é experimentada de várias maneiras.

Pode ser uma claridade, um calor, uma atração experimentada  que nos chama a buscar sua presença, a entrar ou permanecer em contato com ele.

Como isto pode se dar? Pode ser o sofrimento do vazio,  a angústia que busca um coração a amar,  o quase desespero em buscar a  verdade. Há esse gosto pelo fervor que vem de Deus.

O gosto de Deus é também necessidade de viver com ele:  que ele esteja comigo ou em mim, que eu esteja com ele e nele.

É a atração da amizade divina da vida verdadeiras.

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade… menos Deus, o ser que    não se divide e não pode ser limitado,  luzente em sua plenitude sem sombra.

Há pessoas que parecem apreciar a vida em sua espuma. O homem que procura sua vida em alimentos  mais ricos:  em afetos profundos,  na verdade e na probidade, na sabedoria, na justiça, nos atos retos e mais corretos possíveis:  este homem vê sua vida se aprofundar e ao mesmo tempo se simplificar.

Em lugar de se derramar na atração pelas coisas passageiras, haverá de recolher-se em si mesmo e se alegrará menos em ter e mais em ser.

Dom Germain  Barbier, OSB

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