Crises Existenciais: São Francisco e os Jovens


Chamo-me Jéssica, estou a dois anos em uma caminhada mais viva com o exemplo de Francisco para seguir o Evangelho e, da mesma forma que muitos jovens, já me vi em uma crise existencial em um momento da minha vida.
Não tenho nenhuma formação maior para falar sobre o assunto, mas em junho de 2016 escrevi esse texto, pois gostaria de compartilhar minha experiência e visão de mundo de como o exemplo de São Francisco me fez sentir a doçura de Deus e agora nesse momento tenho a oportunidade de publica-lo (ou republicar porque não lembro se ele já não esta nesse blog 😅).

Vivemos bombardeados de informações, notícias, falas, imagens. Nosso tempo (caso consideremos o fato que nós tenhamos o pleno controle dele) é consumido por estudo, trabalho ou redes sociais de forma que parece até um roubo de nossa boa vontade. Quando nos damos por conta, já estamos entremeados em uma teia que nos prende, deixando-nos imóveis para agir e pensar. Estamos presos e sufocados. Assim, tudo aquilo que produzimos parece carecer de algum propósito ou relevância.

O que devemos fazer? Como agir? O que esta acontecendo? O que falta?

Entramos na chamada CRISE EXISTENCIAL. Certo dia meu professor orientador da graduação me disse que durante a vida passamos por diversas crises desse sentido, que ele mesmo tinha vivenciado várias durante um único ano e ainda as vivia...

É assim que devemos viver? Quem somos nós?



Francisco é o homem do milênio, exemplo tanto para o Papa e para todos nós. Ele também um dia passou por esta dita “Crise Existencial”, porém mudou sua trajetória guiando-se pela adoração da vida, respeito a todas as criações, simplicidade e a superação das dúvidas.

Francisco tornou-se a mudança que ele quis ver no mundo!

Mesmo com as facilidades proporcionadas por seu pai comerciante, sentia um grande vazio que não o preenchia. Achou que se tornando cavalheiro lutando contra os mouros conquistaria a glória como homem, entretanto sua existência não se daria por esta razão. Neste ponto Francisco dá a nós jovens o caminho do primeiro passo: a ORAÇÃO.



Na oração, Francisco meditava com muita diligência. Aqui, temos a indicação de um modo de viver cheio de atenção e amor. Modo este que nos leva a ser responsáveis por cada coisa como sendo única, especial. Francisco orava ao Senhor calorosamente e obteve a RESPOSTA que lhe trouxe a tarefa de vencer a si mesmo. Sob esta posição ele se torna tão contemporâneo ao nosso tempo. Nós a todo o momento procuramos respostas, ainda mais de forma fervorosa quando estamos imersos em uma crise.

Porém, tal resposta só vem para quem efetivamente a busca. Queremos respostas, entretanto continuamos presos a todos os afazeres, sem tempo. 

Quando Francisco lançou a pergunta “Senhor, que queres que eu faça?” ele não continuou sentado esperando a resposta, ele estudou, pediu, procurou junto ao Senhor o seu plano de realização. Vemos na trajetória de Francisco que a intensidade da procura dá a clareza da resposta.

Este primeiro passo que podemos dar, o mesmo passo de Francisco em sua crise, será um grande passo para termos uma vida plena e de qualidade, mesmo que consigamos apenas 5 minutos por dia para dedicar a oração.

Grande parte de nossas crises existenciais surgem quando estamos afastados de Deus, quando deixamos de lado nossos valores cristãos e adotamos valores sem fundamento. Quando deixamos de orar, de meditar, colocar os pensamentos em harmonia e agradecer pela vida que Deus nos deu nos vemos perdidos. Francisco mostra que o caminho é Jesus Cristo, Francisco se sentia vazio antes de encontrar o caminho e reconstruir a Igreja, e é assim que nós nos sentimos nessas crises...

Vazios! Sem rumo, sem propósito, sem vontade.

Quando buscamos a oração, a conversa com Deus traz o aconchego do amor, sentimo-nos acolhidos. Diferentemente, quando nos esquecemos dela, ficamos indiferentes e somos encaminhados ao esquecimento que é a morte do sentido. A oração nos conecta aquele que tem o poder de fazer uma mudança duradoura em nossas vidas, assim como fez com Francisco, libertando-nos da crise existencial que a indiferença faz abater.

O poder de Deus abre caminho onde parece não haver nenhum. O autoconhecimento na ecologia do homem é fundamental para encontrarmos nosso lugar no mundo e conseguirmos vivenciar o carisma franciscano. Que possamos caminhar junto a Francisco na oração. Transformando como ele a crise existencial de sofrimento à mudança boa!

A cada dúvida, cada dor, cada alegria: ORE!

Nenhuma crise é maior que o amor de Deus por nós!

“Eu sou a videira; Vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.” João 15:5

Jéssica da Rosa Pires
Florianópolis, 27 de junho de 2016.

Inspirações: 

São Francisco de Assis: Chamado e Resposta. Frei Dorvalino Francisco Fassini (OFM). Porto Alegre, 2016.

Doce é sentir - Interpretação: Meninas Cantoras de Petrópolis



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