Frei Vitório Mazzuco
Conta Tomás de Celano: “Disse também uma vez o santo: ”Deve-se prover o irmão corpo com discernimento, para que ele não provoque a tempestade da tristeza. Seja-lhe tirada a ocasião de murmurar, para que ele não fique entediado de vigiar e de perseverar reverentemente em oração. Ele, pois diria: “Morro de fome”, não consigo carregar o peso de teu exercício. Depois de ter devorado suficiente ração, se ele resmungar tais coisas, sabei que o jumento preguiçoso precisa se esporas, e o burrinho indolente espera chicote” “ ( 2Cel 129 ).
Hoje muita gente quer moldar o corpo com exercícios e dietas. Nas academias os horários estão cheios com pontuais exercícios. Nos bosques e logradouros próprios para isso, caminhadas e corridas. Suplementos vitamínicos. A vida é fit, o alimento é fit, a mística é fitness. Para se chegar a medida certa acontecem acertos e exageros. Será que forçar o corpo além das suas possibilidades é sadio? Fazer dieta é não comer, ou saber comer? É preciso escutar o corpo que clama como no texto acima: ”não consigo carregar o peso de teu exercício!”. Claro que o corpo tem que ser domado como o texto acentua: “o jumento preguiçoso precisa de esporas”. Mas atenção a medida certa! Nem demais, nem de menos. A fala de São Francisco, segundo Tomás de Celano é clara: “Deve-se prover o irmão corpo com discernimento para que ele não provoque a tempestade da tristeza”.
Mas o texto acima, falando do corpo chama a atenção também para exercitar-se na oração. Quando o corpo está bem, a alma vem junto.
Se existem programas para deixar um corpo sarado, por que não cuidar também da alma?
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