– Uma reflexão sobre o Sínodo dos Jovens em 2018 –
Paz e Bem, galera de Francisco! Com a graça de Deus, depois de um tempo longo, devido às nossas atividades aqui em Pelotas, mais uma vez chegamos até vocês por meio deste singelo texto para continuarmos nosso bate papo sobre a temática do próximo Sínodo dos Bispos em 2018. Como já temos conhecimento, nós jovens entramos na pauta e o Documento Preparatório para o Sínodo (DPS) está com elementos sensacionais para nossa reflexão.
Por isso, convido vocês a mergulharem novamente no nosso texto... Vamos nessa?!
Juventude: como o DPS compreende este termo
Os bispos tratam de delinear um pouco por onde caminha a compreensão do termo JUVENTUDE. E o fazem dizendo que é a fase dos 16 aos 29 anos de idade, aproximadamente; embora os bispos reconheçam que essa classificação por idade pode variar de país para país, de cultura para cultura, pois “é uma fase da vida que cada geração volta a interpretar de modo singular e irrepetível”.
Quando falamos em Juventude, devemos pensar sempre no dado do contexto em que ela se encontra. Por exemplo: a Juventude Franciscana de Florianópolis é diferente da Juventude de Pelotas (onde resido e trabalho). Temos de ter aos olhos o contexto se queremos caracterizar cada grupo. Mas há elementos que, sem dúvida, atingem a todos os jovens de todos os lugares. São características mais gerais, que assumem grande valor para que a gente possa compreender a realidade que nos circunda e como nós vamos nos comportar no grupo do qual fazemos parte.
Dados esses pormenores, podemos passar ao que os Bispos no DPS irão apontar como o primeiro foco da reflexão à qual estamos voltados, ou seja, vivemos num “mundo que se transforma rapidamente”.
Um mundo que se transforma rapidamente
Se existe uma coisa que não podemos negar em praticamente nenhuma cultura e lugar é a rápida transformação pela qual o mundo está passando em todos os aspectos. Falava-se há um tempo em ÉPOCA DE MUDANÇAS. E hoje se fala que não estamos mais em uma época de mudanças, mas sim, numa MUDANÇA DE ÉPOCA. A gente consegue perceber a diferença nesses termos? Não são somente jogo de palavras que o frei tenta fazer para impressionar vocês, mas é uma realidade muito
concreta que chega a nós.
Vejam bem, não estamos vivendo numa mesma época que nossos avós, por exemplo. Provavelmente todos já ouviram eles (nossos avós queridinhos) dizerem: “– É, meu (minha) filho (a), estamos em outra época... os tempos mudaram!”. Para nós isso pode soar um pouco estranho, mas para os mais
velhos é contrastante a diferença entre o “mundo de hoje” e o “mundo de antigamente”.
Contudo, mesmo a nossa geração já percebe sinais de profundas transformações em seu interior. Um exemplo que gosto de mostrar é na dimensão tecnológica, em que a maioria de nós pegou a fase dos “cartazes”, (feitos com aquelas cartolinas que sempre amassavam, onde tínhamos de treinar a caligrafia ou pedir para a fulana que escreve bem um gesto de caridade) para apresentar trabalhos na escola. Hoje quase não utilizamos este recurso, mas o substituímos pelo grande amigo Datashow. É claro que esse exemplo é muito básico, mas com ele percebemos que mesmo nós jovens fomos submetidos a transformações, porque “o mundo não para”.
Problema ou oportunidade?
O DPS nos diz que esse contexto do qual falamos, de rápida transformação e fluidez das coisas ”é uma realidade que devemos aceitar sem julgar a priori, se se trata de um problema ou de uma oportunidade”. Devemos, sim, assumir uma visão integral sobre o mundo, ou seja, enxergar o todo. Temos também de nos capacitarmos para planejamentos tendo em vista a sustentabilidade e as consequências que terão nossas atitudes de hoje daqui uns anos.
Todo o texto tratará de levantar os fatos e em alguns casos, apontar pistas para um diálogo, passando pelas dimensões social, econômica, cultural e religiosa. Em relação a esta última, os bispos destacam que estamos numa época em que cada vez mais as sociedades estão se tornando “multirreligiosas”. Eles dizem: “a presença simultânea de diversas tradições religiosas representa um desafio e uma oportunidade: podem aumentar a desorientação e a tentação do relativismo, mas, ao mesmo tempo, crescem as possibilidades de confronto fecundo e de enriquecimento recíproco”.
Isso quer dizer que não é hora de sair com espadas matando todos os que não comungam com nossas crenças religiosas, nem de abandonar nossa fé por causa do diferente, mas de nos acolhermos respeitosamente e com espírito cristão e, para nós, franciscanos (as), como fez Francisco de Assis quando foi conversar com o sultão.
Para fim de papo
Esse documento é de uma riqueza gigantesca. Estamos apenas no primeiro subtítulo do primeiro capítulo do DPS e já podemos perceber quanta contribuição ele nos traz para nossa vida de fé e para nos compreendermos enquanto jovens, uma vez que estamos inseridos numa Igreja de mais de dois mil anos.
Bem, já o saudoso São João Paulo II nos disse certa vez que “a Igreja só será jovem quando os jovens forem Igreja”. É por isso que estamos aqui, é por isso que queremos dar o nosso melhor. Sugiro que para fins de maior compreensão a gente dê uma olhada no Documento que está disponível no site do Vaticano. Basta procurar como “Documento Preparatório para o Sínodo dos Bispos”.
Nos nossos próximos textos continuaremos falando sobre esse documento, partilhando um pouco sobre as demais constatações que fazem os bispos em relação às juventudes de nossa Igreja. Por intercessão de Francisco e Clara de Assis, Deus-Misericórdia abençoe a cada um e cada uma.
Fraterno abraço!
Frei Renan Espíndola, OFMCap.
Pelotas, RS.
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