3° dia da novena de Santa Clara


A ESPIRITUALIDADE DOS ESPONSAIS
Palavra do dia: ESPOSA - Símbolo: ALIANÇA
Canto (a escolha)

TEXTO BASE – “Realmente, a nota característica da espiritualidade de Santa Clara é a de ser uma ‘ espiritualidade dos esponsais’, com o sólido fundamento nas Sagradas escrituras, nos Santos Padres e na experiência dos místicos que a precederam. Ela não toca nesse assunto em sua Forma de Vida e em seu Testamento. Mas é o que ensina à Inês e às suas irmãs”. (Texto-base da FFB, p 107).

ORAÇÃO INICIAL – (própria do Ano Clariano)
C- Todo encontro com Clara desperta, em quem tiver um coração aberto, o desejo de seguir os passos de Jesus e mergulhar decididamente na vida da Trindade. Hoje vamos ver Clara, esposa de Cristo, mas sem perder o espírito de “fraternidade”, que a Trindade evoca. Todo o segredo dessa mulher, chamada Clara, é um só: ter sido uma esposa enamorada de Jesus Cristo Crucificado. Nosso tempo tem certa dificuldade para compreender essa visão simbólica.
Enxergando com os olhos materializados, ficamos constrangidos de chamar Cristo de Esposo. Como mestra espiritual, Clara trata esse tema nas quatro cartas a Inês de Praga, com a convicção crescente que atinge facilmente o entusiasmo. Ouçamos um trecho da 1ª Carta a Inês de Praga:
Leitor 1 – Amando-o sois casta: tocando-o, havereis de vos tornar mais limpa; acolhendo-o sois virgem. Seu poder é mais forte, sua generosidade mais elevada, seu aspecto é mais belo, o amor mais suave, e toda graça mais elegante.
Texto bíblico (Mateus 26, 26-29)
C- Jesus Cristo, na última ceia e no sacrifício da cruz, eleva a aliança do povo com Javé, à perfeição. Conferindo ao homem a verdadeira justiça e a adoção divina. No alto da cruz, o Cristo pobre e ensanguentado é o Esposo da humanidade.
Leitor 2 – “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e deu aos seus discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é meu corpo.” Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lhe, dizendo: “Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados”. Digo-vos: Doravante não beberei mais deste fruto da vinha até o dia em que o beberei de novo convosco no reino de meu Pai.”
Palavra da Salvação. T - Glória a vós, Senhor
Reflexão: Relacione o Cristo, esposo de Clara, com o Cristo da Nova Aliança, esposo da Igreja. Será que os cristãos se relacionam com Cristo como amada se volta para o amado? Qual é o “tônus” de nossa oração? Estamos chegando a uma oração de contemplação?
Obs.: Providenciar alianças de material simples, para o compromisso de cada um. A imagem de Cristo Esposo revela uma proposta concreta de Santa Clara: um compromisso com o Povo de Deus em marcha pela libertação. A aliança é símbolo desse compromisso. Neste momento, cada um pega uma aliança, coloca no dedo e faz um compromisso de serviço pelo Reino de Deus, em Jesus Cristo.
Canto (à escolha)
Oração final - Onipotente, Santíssimo, Altíssimo e soberano Deus que sois todo o bem, o sumo bem, a plenitude do bem, que sois bom, nós vos tributamos todo o louvor, toda a glória toda a ação de graças, toda a exaltação e todo o bem. Assim seja! Assim seja! Amém!
Benção de Santa Clara - O Senhor todo poderoso vos abençoe; volte para vós os seus olhos misericordiosos e vos dê a sua paz. O Senhor derrame sobre vós as graças em abundância, e, no céu, vos coloque entre seus santos.
Todos – Amém.
***
Texto seleto
AMOR NUPCIAL E TRANSFORMAÇÃO EM CRISTO
No coração de Clara, pode-se intuir o eco da esposa do Cântico do Cânticos: “Melhores que o vinho são tuas carícias, melhor é a fragrância de teus perfumes, teu nome é um perfume refinado; por isso as jovens de ti se enamoram” (Ct 1,3). Como pode ser um peso ficar com o esposo, sentir-se amado por ele? “Para enfeitar-se toda, interior e exteriormente... das virtudes todas (4CtIn 16-17). A contemplação leva à transformação interna e externa da pessoa contemplativa. O termo “virtude” está aqui para indicar a vida nova, a vida em plenitude, que se adquire graças ao “olhar”, que permanece fixo no Espelho e à luz do Espelho, fixo em si mesmo. O confronto livre e autêntico entre Cristo e a pessoa que contempla transforma a pessoa naquele em quem resplende todas as virtudes, sobretudo a pobreza, a humildade e o inefável amor (cf. 4CtIn 18-26). Essas virtudes são o prêmio da contemplação, que tem como coração o amor nupcial, conduz ao amor total: “Tomara que você se inflame cada vez mais no ardor dessa caridade, o rainha do Rei celeste!” (4CtIn 27).
Para Clara, a contemplação leva a uma vontade decidida de identificar-se, até o abraço unitivo, com o Senhor, na pobreza e no aniquilamento, descoberto nele graças à contemplação. E o sinal visível desta transformação em Cristo é o amor sem limites. Clara o dirá com uma terminologia enamorada, tomada do Cântico dos Cânticos: “Suspirando com tamanho desejo do coração e tanto amor, proclame: Arrasta-me atrás de ti! Corramos no odor de teus bálsamos, ó esposo celeste! Vou correr sem desfalecer, até me introduzires na tua adega, até que a tua esquerda esteja sob a minha cabeça, tua direita me abrace toda feliz, e me dês o beijo mais feliz da tua boca” (4CtIn 29-32).
Frei José Rodriguez Carballo, OFM
Solenidade de Santa Clara de 2006

Questões:
Será que nossa oração tem tido esse dimensão de intimidade contemplativa?
Como podemos, inspirados em Clara, chegar a rever nossas formas e modos de oração?

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