6° dia da novena de Santa Clara

UMA VIDA EM ALTÍSSIMA POBREZA

Palavra do dia: POBREZA Símbolo: PÃO E ÁGUA

Canto : (à escolha)

Texto Base – “A Bula de aprovação da Regra de Santa Clara reconhece o espírito de unidade ou o modo de santa unidade como eixo da forma de vida das Irmãs Pobres, juntamente com a altíssima pobreza. Nesta Bula, Inocêncio IV menciona o pedido de Clara para que confirme a forma de vida dada por Francisco às Irmãs de São Damião, segundo a qual devem viver comunitariamente em espírito de unidade e com o voto da altíssima pobreza” ( Texto-Base p. 17).

ORAÇÃO INICIAL (Própria do Ano Clariano)

C - Santa Clara não consegue ver Jesus Cristo, senão como um pobre. Como ele, ela quer estar totalmente entregue nas mãos do Senhor. Lutou muito para não ter nada de próprio, como aprendeu com Jesus e Francisco. Conseguiu do Papa o Privilégio da Pobreza, para que as irmãs não fossem forçadas a ter propriedades e rendas e zelou por ele até ver sua Regra aprovada com a inclusão da pobreza e da fraternidade, três dias antes de sua morte. Na primeira carta, a Santa Inês de Praga ela escreve:

Todos – “Ó bem-aventurada pobreza, que àqueles que a amam e abraçam concede as riquezas eternas. Ó santa pobreza, aos que a têm e desejam Deus prometeu o reino dos céus. E são concedidas, sem dúvida alguma, a glória eterna e a vida feliz! Ó piedosa pobreza, que o Senhor Jesus Cristo se dignou abraçar acima de tudo, ele que regia e rege o céu e a terra, ele que disse e tudo foi feito! Pois disse que as raposas têm tocas, e os passarinhos têm ninhos, mas o Filho do Homem - Jesus Cristo - não tem onde reclinar a cabeça. Mas, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (1CtIn 15-18).

Texto bíblico ( Marcos, 10, 17-22)

C- Esta passagem bíblica nos mostra com clareza, o que Jesus quer nos transmitir quando fala
em pobreza.

Leitor – Naquele tempo, tendo Jesus saído para se por a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: “Bom Mestre, que farei para alcançar a vida eterna?” Jesus disse-lhe: “Por que me chamas bom, Só Deus é bom. Conheces os mandamentos: não mates, não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe.” Ele respondeu-lhe: “Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade.” Jesus fixou nele o olhar amou-o e disse-lhe: “Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem, e segue-me.” Ele entristeceu-se com estas palavras, e foi-se todo abatido, porque possuía muitos bens. Palavra da salvação T- Glória a vós, Senhor.

Reflexão: Trata-se de um dos episódios mais belos e mais tristes dos evangelhos. Um olhar, um chamamento de Jesus, um deslumbrante horizonte e uma resposta negativa. Esse “alguém” tinha muitos bens. Quem sabe estivesse apegado demais ao que dá fama, conforto, segurança. Não ousou ser Abraão, não se jogou nas mãos do Pai como o Mestre de Nazaré, que se dirigiu corajosamente para o amanhã na confiança de estar pobremente nas mãos do Pai. O que é ser pobre segundo o Evangelho? Que pobreza defendemos? O que Clara pode nos dizer a respeito da pobreza que para ela foi altíssima.

Qual a diferença de entendimento sobre as palavras de Jesus entre Santa Clara e esse alguém que fala com Jesus, na leitura de Marcos? Utilizando o símbolo do dia: Partilhar pão e água, como uma grande refeição.

Gesto concreto - Santa Clara escreveu:
Todos - “Por isso, vos livrastes das vestes, isto é, das riquezas temporais, para não sucumbires de modo algum ao lutador e poder entrar no reino dos céus pelo caminho duro e pela porta estreita”.

Reflexão: Quando falamos em Clara não podemos deixar de dizer que é a mulher da altíssima pobreza! Antes de qualquer coisa, deve-se dizer que em São Damião se viveu uma pobreza real. Não se trata apenas de fazer reflexões intelectuais a respeito da pobreza. Cinquenta irmãs vivendo sem rendimentos e sempre a caridade das pessoas passaram por muitas provações. Os escritos de Clara falam de mulheres corajosas que, com sua têmpera, alcançaram a admiração de Francisco. E as irmãs pobres se sentiam unidas umas às outras. Eram pobres de bem, mas embebidas da paixão pelo Cristo pobre desde o presépio até à cruz. Conhecemos a contemplação que Clara faz do espelho, que é Cristo. Mulheres pobres e leves. O desprendimento dos bens e de si, o desejo de não se apegar a nada torna a pessoa leve e esta pode caminhar apressadamente para o encontro com o Amado que morre pobre no alto da cruz. Pensamos nas clarissas, nos frades, nos irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular. Todos vamos conscientizando que a sociedade de consumo e da eficiência vai minando nosso ideal de Altíssima pobreza.

Canto

Oração final - Que troca maior e mais louvável: deixar as coisas temporais pelas eternas, merecer os bens celestes em vez dos terrestres, e possuir a vida feliz para sempre. A estas palavras de Santa Clara, digamos Amém.

Benção de Santa Clara - O Senhor todo poderoso vos abençoe; volte para vós os seus olhos misericordiosos e vos dê a sua paz. O Senhor derrame sobre vós as graças em abundância, e, no céu, vos coloque entre seus santos. Todos – Amém.


Texto seleto


O DELICADO E COMPLEXO TEMA DA POBREZA


Não há dúvida: em São Damião, vivia-se uma pobreza material dura. Aquelas mulheres, em um determinado momento, em torno de cinquenta, viviam mais do que frugalmente. Pobreza no comer, simplicidade no vestir, falta dos recursos mínimos para uma vida, diria, decente. As irmãs trabalhavam dentro do mosteiro e, praticamente, viviam de esmolas. Os frades eram seus esmoleres e, num tempo depois, até mesmo algumas irmãs iam pela cidade suplicando o necessário para sua subsistência. As clarissas de ontem e de hoje sempre nos deram e nos dão o testemunho de uma vida de extrema pobreza, fato que não lhes tira a alegria.
Chega à minha mente a situação de Clara. Durante anos, esteve doente. Não tinha médicos. Não se fala da presença de médicos. A pobreza de não ter condições de tratar da saúde. Em nossos dias, vemos muitas religiosas terem que se dirigir, como os pobres, para hospitais e serviços públicos, enfrentar filas. Clara foi pobre não reclamando, não reivindicando, como pobres são muitos leigos e religiosos que hoje não podem mais contar com hospitais particulares.

A pobreza de Clara vai além disso. Trata-se de um fascínio, de uma admiração sem limites pelo Cristo pobre. Há uma identificação de Clara com aquele Esposo que aparece no
espelho todo ensanguentado e abandonado. Essa identificação leva aos místicos esponsais. Se o Filho de Deus se tornou pobre de bens e dependente em tudo do Pai, então a pobreza é o caminho real: pobreza de recursos, pobreza de títulos, pobreza de privilégios. Vidas pobres como pobre foi o Senhor Jesus e sua mãezinha.

Questões

Como nos situamos diante do convite de Cristo a que sejamos pobres quando ele diz que o reino de Deus é dos pobres?
Como os franciscanos e as clarissas podem hoje dar um testemunho de apreço pela Senhora Pobreza?

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